O ex-presidente da Queiroz Galvão, Ildefonso Colares Filho, que também foi preso e ouvido pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, afirmou terem havido doações para PT, PMDB, PP e mais alguns. “O primeiro critério era o limite, sempre aquém do permitido. A gente dava para aqueles partidos que mais se caracterizam com as características da empresa, ligados ao crescimento da infraestrutura.”
Indagado se conhece tesoureiros ou arrecadadores de algum partido político, ele respondeu. “Conheço o João Vaccari do PT, na época em que eu estava na empresa.” Citou, também, o ex-deputado José Janene (PP-PR), morto em 2010.
Clique aqui e veja na íntegra o interrogatório de Ildefonso Colares Filho na Polícia Federal. O documento foi divulgado pelo blog Fausto Macedo do portal "Estadão" nesta terça-feira (18).
Tesoureiro do PT
Outros executivos presos na Operação Lava Jato confirmaram em depoimentos no fim de semana terem sido procurados por partidos e explicaram o sistema de doação de recursos para campanhas eleitorais. Segundo o executivo da Queiroz Galvão Othon Zanoide de Moraes Filho, todos os partidos procuram as grandes empresas atrás de doação em ano eleitoral. Ele disse ter sido abordado neste ano pelo tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto. "Disse a ele [Vaccari] que não mexia mais com os negócios da Queiroz Galvão."
Moraes Filho disse ter sido procurado por diversos políticos, mas preferiu não falar dos demais, até porque, segundo ele, as doações não o beneficiaram. O empresário também afirmou que Youssef era um arrecadador do PP. Segundo Moraes Filho, a Queiroz Galvão tinha um comitê, comandado pelo presidente da empresa, para analisar os pedidos de doações. "Eu dava as demandas para o comitê, este se reunia e decidia os valores que seriam doados e para quem", disse.