O prefeito Fuad Noman (PSD) afirmou, nesta sexta-feira (6), que comunicou previamente a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) a respeito da operação de desmonte do acampamento de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Raja Gabaglia, na altura do Bairro Gutierrez, Região Oeste de Belo Horizonte. Com militares apenas de resguardo, a ação foi encabeçada exclusivamente pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).

Além de guardas municipais, a operação reuniu agentes da BHTrans, fiscais da Subsecretaria de Fiscalização e servidores da Procuradoria-Geral do Município. De acordo com Fuad, além da PMMG, o Exército também foi informado previamente. “(...) Orientei que a todo momento houvesse diálogo com todos os envolvidos. A operação foi exitosa e conseguiu remover a estrutura ilegalmente instalada sem o uso de violência”, disse o prefeito, em pronunciamento divulgado nas redes sociais.

Conforme apurou O TEMPO, a Guarda Civil Municipal comunicou a operação ao Comando de Policiamento da Capital (CPC) e ao 22º Batalhão na quinta-feira (5). Em coletiva de imprensa nesta sexta, o comandante da Guarda Civil, Júlio César de Freitas, confirmou que ligou para o CPC, que, segundo ele, se colocou à disposição. “A gente deu ciência, tanto é que tinha viaturas da Polícia Militar, e ele se colocou à disposição, participou e estava junto, mas não na questão do Código de Postura”, disse, se referindo à apreensão dos materiais.

Às 11h31, pouco após a operação ser deflagrada, O TEMPO questionou a PMMG se a corporação havia sido informada e, ainda, se participava da ação de alguma forma. Em nota, às 12h24, a PMMG comunicou que, “na manhã desta sexta-feira, permanece com guarnições na Avenida Raja Gabaglia realizando o policiamento preventivo em apoio às ações da PBH”, mas sem esclarecer se havia sido ou não previamente informada pelo Executivo. 

Mais tarde, 12h05 em novo questionamento feito, desta vez ao governo de Minas Gerais, perguntou se o Executivo estaria participando da operação e, caso estivesse, qual agrupamento e efetivo teria sido empregado pela PMMG. Assim como antes, a corporação disse que “permanece com guarnições na Avenida Raja Gabaglia realizando o policiamento preventivo em apoio às ações da PBH”.

Quando a reportagem chegou à Raja Gabaglia, por volta de meio-dia, havia apenas três viaturas da PMMG no local. Depois, quando a equipe de reportagem de O TEMPO foi acuada e, posteriormente, agredida, momento em que a Guarda Civil Municipal tentava retirar os materiais do acampamento apreendidos, já não tinha mais policiais militares presentes.