Eleições

Fuad lança pré-candidatura com busca por aliança ampla e quer Kalil no palanque

Presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, disse que não há chance do partido abrir mão do nome de Fuad Noman

Por Letícia Fontes e Hermano Chiodi
Publicado em 26 de fevereiro de 2024 | 14:22
 
 
 
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O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), se lançou, nesta segunda-feira (26), como pré-candidato à reeleição. Ao lado do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, e do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, Fuad defendeu a formação de uma candidatura ampla. Sem citar possíveis composições de chapa, o prefeito da capital destacou como uma de suas bandeiras, o legado deixado por seu antecessor, Alexandre Kalil (PSD).

Apesar dos elogios, o ex-prefeito da capital não compareceu ao evento e até o momento não sinalizou apoio a nenhum pré-candidato à prefeitura. Noman era vice de Kalil e assumiu a gestão municipal em março de 2022, quando o ex-prefeito disputou o governo de Minas. À época, Fuad não participou ativamente da campanha de Kalil. 

“Convidei-o (Kalil) para (vir), mas ele estava com viagem marcada para a Europa com a esposa. Nós trabalhamos juntos durante todo o mandato. Espero que ele possa vir (com a gente), como todos aqueles que querem apoiar, estamos de braços abertos. Vai depender dele (o apoio). Ele deixou resolver essas coisas quando voltar. Quando ele voltar, vamos ter outra conversa”, afirmou Fuad. 

Durante o evento desta segunda-feira, o ministro de Minas e Energia do governo Lula, Alexandre Silveira, defendeu ainda uma candidatura ampla de centro-esquerda. Nos bastidores, ainda há uma incerteza se o PT irá apoiar Fuad no 1º ou no 2º turno já que o partido lançou a pré-candidatura do deputado federal Rogério Correia (PT) à capital.  

Segundo o ministro, ele está à disposição “para fazer o elo” com outros partidos para a construção de uma frente progressista. 

“Belo Horizonte está há mais de vinte anos no rumo certo. Com governos progressistas. Até o período das convenções, temos o grande desafio de construir alianças que ajudem Belo Horizonte a continuar no rumo certo, continuar crescendo, cuidando dos belo-horizontinos e ficando no campo certo, ao lado do presidente Lula, onde o Fuad já esteve nas última eleições”, afirmou Silveira, sem citar quais partidos apoiarão o PSD no pleito municipal. 

De acordo com Gilberto Kassab, não há nenhuma chance de a legenda abrir mão de uma candidatura à Prefeitura de Belo Horizonte, como vem defendendo o pré-candidato do PT, Rogério Correia. Segundo Kassab, o partido espera o apoio petista em um eventual segundo turno. 

“É legítimo a aspiração do deputado, (ele) quer ampliar o arco de alianças.  Mas é evidente que um partido como o PSD, é um partido que legitimamente também procura se apresentar com candidaturas próprias (…) quando o prefeito se dispõe a continuar e está fazendo um bom trabalho, fica inviabilizado essa pretensão do deputado e que o partido abra este tipo de conversa. Mas torcemos que o Rogério esteja conosco o mais rápido possível”, disse.

O presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD), não compareceu ao evento, sob o argumento de ter compromissos em Brasília. Em vídeo, o senador destacou, no entanto, que há consenso partidário na candidatura de Fuad.  

Conforme publicado por O TEMPO, a aliança do prefeito da capital e o secretário de Estado de Casa Civil, Marcelo Aro, gerou insatisfação em parte do PSD por conta do do espaço dado por Fuad a outros partidos na administração municipal em troca de apoio da Câmara Municipal. A aliança do prefeito com o grupo político de Aro especificamente incomodou integrantes do partido em Minas que cogitaram pedir até expulsão de Fuad do partido. 

Um dos mais críticos de Fuad à época, o líder da bancada mineira na Câmara, o deputado federal Luiz Fernando Faria (PSD), também não compareceu ao evento desta segunda-feira. 

Aliança com Aro

De acordo com o prefeito Fuad Noman, a aliança com o secretario de Casa Civil, Marcelo Aro, não tem “compromisso eleitoral”. Segundo ele, o acordo vale até 31 de dezembro de 2024. 

“(Não tem a ver com eleição), mas se ele quiser me apoiar será bem-vindo. A combinação com ele é governamental. Ele tem três secretarias que garante os votos dele lá (na Câmara). Isso continua. Nossa combinação foi até 31 de dezembro de 2024, por governabilidade. É isso que eu combinei com ele”, explicou Fuad a O TEMPO.

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