Domingo próximo passado, publiquei neste espaço o artigo intitulado “A Amazônia cobiçada”, mostrando a riqueza da região, a mais vasta província mineral do planeta, riquíssima na sua biodiversidade, sendo, também, a maior reserva hídrica do mundo, em água potável, esta cada vez mais exígua em toda a Terra.
Ressaltei como, ao longo do tempo, lideranças de diverso países potências afirmam que, além de a Amazônia não pertencer aos brasileiros, deveria ser ocupada, ou mesmo cedida, de bom grado, e administrada por outros países. Em 1850, os Estados Unidos já preconizavam a ocupação da região. Enfatizei que os nossos governantes não podem deixar de conhecer, se estiverem preocupados com o destino da Amazônia e do Brasil, o que significa “devoir d’ingerence” (dever de ingerência), “dever de proteção” ou, ainda, “soberania limitada”, teses encampadas pela ONU. O “dever de ingerência” foi invocado por Miterrand, presidente da França, em 1991, durante Conferência Mundial de ONGs, para a proteção do meio ambiente e, posteriormente, estendida aos direitos humanos. Foi respaldo, ético e jurídico, para a intervenção norte-americana no Iraque e da Otan na Iugoslávia.
Em outro artigo anterior, “Antagonismo nuclear na fronteira”, enfoquei que os exércitos mais poderosos do mundo têm, em seus planejamentos de defesa, a incerteza como a maior ameaça. Para enfrentá-la, preparam-se de forma contínua. Ciência, tecnologia e pesquisas são prioridades máximas na busca de novas tecnologias de ponta que tornam seus sistemas de armas mais eficientes e mais letais.
A presença de três potências nuclearizadas, em possível confronto, na fronteira da Venezuela com o Brasil, algo ameaçador e inesperado, mostrou a fragilidade das Forças Armadas brasileiras diante do possível enfrentamento com uso de armas nucleares. E, também, o quanto é afrontoso, à nossa própria soberania, aceitarmos, passivamente, limitações no desenvolvimento de novos sistemas de armas, por tratados contrários aos interesses nacionais, pois, nada limitam aos mais fortes, cada vez mais influentes por meio de política baseada em “hardpower”.
Disse um primeiro-ministro indiano: “Somos um país com sérias dificuldades. Porém nos orgulhamos do nosso poder nuclear. Temos, hoje, o respeito das grandes potências. Adquirimos novo status internacional como país!”.
Aí está excelente exemplo de visão geoestratégica e geopolítica para uma classe de políticos, em sua maioria, lenientes como os nossos.
E é esse comportamento, vergonhoso e antipatriótico, apoiado por maus brasileiros, que permite, neste momento, desmatamentos e incêndios, estes em maioria naturais, na floresta amazônica e termos a nossa soberania vilipendiada por países e líderes diversos, como o francês Macron, a alemã Angela Merkel e o papa. E o fazem, minimizando seus insucessos políticos internos. Assim, culpam o governo brasileiro de prejudicar o resto do mundo, incapaz de preservar a floresta amazônica. Mobilizam a opinião publica internacional por meio de “mídia bandida”, denegrindo o Brasil e anunciando providências, como diz o petulante Macron, para “salvar” a “nossa” Amazônia, porém com olhos nas riquezas da região.
Afirmava ex-comandante do Exército, na região, Rodrigo Otávio Jordão, indicando a senda a trilhar na atualidade: “Árdua é a missão de desenvolver e defender a Amazônia. Muito mais difícil, porém, foi a de nossos antepassados em conquistar e mantê-la”.
O general Carlos de Meira Mattos dizia que a geografia condiciona, justifica, dificulta, sugere, inspira e apresenta desafios. Compete, pois, aos brasileiros responder ao desafio que representa a região amazônica e vencer. Se não responder, seremos, todos, eternamente derrotados.
Sem sombra de dúvida, capitaneando força tarefa integrada por outros órgãos federais e estaduais, ninguém melhor do que as Forças Armadas como instituição capaz de administrar, desenvolver sustentavelmente e defender a Amazônia brasileira, segundo planejamento estratégico e apoio governamental, honrando a herança de outros bravos patriotas, vencendo tal desafio.
Parodiando o admirável general Rondon: Morrer sim, entregar, jamais! Selva !!!!!!!!