Cassado

Gilberto Carvalho lamenta saída de Vargas, mas diz que decisão é sadia

Acusado de envolvimento com um dos pivôs do escândalo de desvio de dinheiro da Petrobras, André Vargas (ex-PT-PR) ficará inelegível até 2022

Por Folhapress
Publicado em 11 de dezembro de 2014 | 12:41
 
 
 
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O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) lamentou nesta quinta-feira (11) a cassação do deputado André Vargas (ex-PT-PR), mas disse não haver outro caminho a não ser "punir o erro". Para ele, a decisão da Câmara é sadia ao excluir aqueles que "não tiveram um comportamento digno".

"Lamento profundamente do ponto de vista humano, mas ao mesmo tempo é sadio que a sociedade, um partido, o Congresso exclua aqueles que não tiverem um comportamento digno", disse.

"Só espero que isso continue e valha para todos aqueles que efetivamente, de uma forma ou de outra, saem do prumo ou de uma linha de conduta ética e moral adequada", afirmou ao chegar para evento sobre o programa Brasil sem Miséria.

Acusado de envolvimento com um dos pivôs do escândalo de desvio de dinheiro da Petrobras, André Vargas (ex-PT-PR) ficará inelegível até 2022.

A perda do mandato foi aprovada, em votação aberta, por 359 votos – eram necessários 257– contra 1, o do petista José Airton (CE). Seis deputados se abstiveram. Dos 87 parlamentares da bancada do PT, 53 participaram da votação. O presidente da sigla, Rui Falcão, orientou o voto pela cassação.

Carvalho defendeu ainda as investigações sobre o esquema de desvio de recursos na Petrobras e disse que o governo Dilma Rousseff não encobre falhas. " É um governo que não procura encobrir as falhas de seus próprios correligionários quando eles caem em desvio e erros, essa é a linha em que a presidente Dilma nos colocou e o presidente Lula já tinha dito que 'quem não quiser ser investigado que não erre'", disse.

Vice-presidente da Câmara na época em que veio à tona seu envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, Vargas era um dos principais defensores no Congresso dos petistas presos no mensalão.

O ministro não quis comentar o relatório apresentado nesta quarta (10) pelo deputado Marco Maia (PT-RS) na CPMI da Petrobras, mas disse que o Estado brasileiro possui outras formas de investigação além do Parlamento.

"O Estado brasileiro possui muitas formas de investigação, graças a Deus. Portanto, não vou fazer um comentário sobre a atitude de um outro poder. Temos que respeitar sua decisão mas o que posso dizer é que nossa linha de investigação e de punição de culpados não será arredada em nenhum milímetro enquanto estivermos no governo porque essa é a linha do governo, de limparmos a página da política brasileira da corrupção. Ela é inerente ao ser humano. Temos que combatê-la diuturnamente", disse o ministro.

O texto do deputado petista terceiriza para outras autoridades o pedido de punições aos suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção da estatal.

Reforma ministerial

Prestes a deixar a Secretaria-Geral, Carvalho descartou ir para o comando da Fundação Nacional do Índio (Funai) no próximo governo.

Ele diz que ainda não sabe qual será seu próximo cargo, mas deu a entender que pode deixar o posto em breve.

"Hoje deve ser a última vez que falo com vocês como ministro", disse a jornalistas.

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