Crime na Barra

Governador do Rio diz não haver dúvidas que mortes de médicos foram execução

Cláudio Castro disse que determinou à Polícia Civil que direcione todos os recursos para esclarecer o caso

Por Renato Alves
Publicado em 05 de outubro de 2023 | 10:10
 
 
 

O governador Cláudio Castro (PL) disse não haver dúvida de que se trata de uma execução o crime ocorrido na Barra da Tijuca, na madrugada desta quinta-feira (5), em que três médicos morreram baleados. Um quarto, também ferido a tiro, está internado em um hospital privado.

Castro deu a declaração ao portal G1. No X (antigo Twitter), ele também disse que determinou à Polícia Civil que direcione todos os recursos para esclarecer o caso: “Determinei ao secretário de Polícia Civil do Rio que empregue todos os recursos necessários para chegar à autoria do crime bárbaro que tirou a vida de três médicos e feriu outro na Barra da Tijuca. Minha solidariedade aos familiares das vítimas”.

Acompanhe: Veja tudo que se sabe até agora sobre os três médicos assassinados no Rio de Janeiro

Cláudio Castro também disse que conversou com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, que pouco antes anunciou ter colocado a Polícia Federal à disposição das investigações. “Vamos unir forças para chegar à motivação e aos autores. Esse crime não ficará impune!”, escreveu o governador.

Dino levantou a hipótese da relação do crime no Rio com atuação de dois parlamentares. Uma das vítimas é Diego Ralf Bomfim, de 35 anos, que é irmão e cunhado, respectivamente dos deputados federais Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e Glauber Braga (PSOL-RJ)

“Em face da hipótese de relação com a atuação de dois parlamentares federais, determinei à Polícia Federal que acompanhe as investigações sobre a execução de médicos no Rio. Após essas providências iniciais imediatas, analisaremos juridicamente o caso. Minha solidariedade à deputada Sâmia, ao deputado Glauber e familiares”, escreveu Flávio Dino pela rede social X. 

As vítimas estavam no Rio de Janeiro para um congresso internacional de ortopedia, o Minimally Invasive Foot Ankle Society (Mifas), que começa nesta quinta-feira (5). O crime aconteceu por volta da 1h, em frente ao Windsor Hotel, sede do evento de medicina. 

Confira quem são as vítimas do crime na Barra:

  • Daniel Sonnewend Proença: o médico de 32 anos foi levado com vida para o Hospital Municipal Lourenço Jorge com ao menos 3 tiros. A expectativa é que ele seja transferido para uma unidade particular. Formado pela Faculdade de Medicina de Marília (SP) em 2016, é especialista em cirurgia ortopédica.
  • Diego Ralf Bomfim: tinha 35 anos e morreu após dar entrada no Hospital Lourenço. Graduado em medicina pela Faculdade de Medicina Dr. Domingos Leonardo Cerávolo, da Universidade do Oeste Paulista. Era especialista em cirurgia do pé e tornozelo e em reconstrução óssea pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
  • Marcos de Andrade Corsato: tinha 62 anos e morreu na hora. Ele faria 63 anos na próxima semana e era diretor do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
  • Perseu Ribeiro Almeida: tinha 33 anos e fez aniversário na terça (3). Ele morreu na hora. Deixou dois filhos, de 11 e dois anos. Morador de Jequié, na Bahia, era especialista em cirurgia do pé e tornozelo pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

Polícia trabalha com hipótese de execução

A polícia trabalha com a  hipótese de execução, pois os assassinos chegaram atirando e foram embora sem nada levar. Testemunhas que estavam no quiosque no momento do crime contaram que os criminosos também não disseram uma palavra nem se dirigiram a outras pessoas presentes no quiosque.

Câmeras de segurança filmaram o crime

Imagens de câmeras de segurança mostram que os quatro médicos estavam sentados em uma mesa do quiosque quando foram baleados. Três homens, vestidos com roupas pretas, desceram de um carro branco e atacaram o grupo. Após atirar nos quatro, os criminosos voltaram correndo ao veículo e foram embora sem roubar nada.

PM fez rondas mas não encontrou suspeitos

A Polícia Militar do Rio de Janeiro informou que quando as equipes do 31º Batalhão (Recreio dos Bandeirantes) chegaram ao quiosque encontraram as vítimas sendo atendidas por socorristas do Corpo de Bombeiros. De acordo com a PM, os policiais fizeram buscas na região, mas não conseguiram localizar os suspeitos. 

O policiamento foi reforçado na região na noite de quarta-feira. A perícia da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) esteve no local e a unidade especializada assumiu a investigação das mortes.

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