BRASÍLIA - Em depoimento à Controladoria-Geral da União (CGU), nesta terça-feira (5), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou ter pedido apoio a ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques na campanha eleitoral em 2022. O caso também é investigado pela Polícia Federal. 

Os investigadores ouviram Bolsonaro, por videoconferência na manhã desta terça-feira, no âmbito de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) que apura uma suposta ordem para realização de bloqueios em rodovias para evitar o deslocamento de eleitores para locais de votação durante as eleições de 2022. 

O ex-presidente é testemunha de defesa de Silvinei no processo, que tramita sob sigilo e pode levar à aplicação de uma advertência ou até mesmo à perda da aposentadoria de Silvinei. 

Em agosto, a desembargadora Ana Cristina Ferro Blasi, da 11ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), mandou reabrir o PAD na CGU, a pedido da Advocacia-Geral da União (AGU). Silvinei conseguiu a suspensão do processo na Justiça Federal de Santa Catarina. 

O ex-diretor geral da PRF ficou quase um ano preso por, supostamente, tentar interferir no segundo turno das eleições de 2022 para beneficiar Jair Bolsonaro.  

Ele deixou a cadeia no início de agosto, após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Silvinei e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres são suspeitos de restringir, impedir ou dificultar o exercício de direitos políticos. A pena prevista no Código Penal é de três a seis anos de prisão.