BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma nova tomografia na manhã desta terça-feira (31), no Hospital Sírio-Libanês, em Brasília. De acordo com o boletim médico, o petista apresenta melhora progressiva, compatível com o “ótimo estado” de saúde do presidente.
“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve hoje, 31/12/24, no Hospital Sírio-Libanês, unidade Brasília, para repetir exame de imagem. A tomografia mostra importante reabsorção da coleção subdural, apresentando melhora progressiva condizente com o ótimo estado do presidente”, diz a nota.
Em dezembro, o presidente passou por um procedimento cirúrgico de emergência para tratar um sangramento interno. Ele permaneceu 10 dias em São Paulo, sendo seis deles internado. Lula foi liberado pela equipe médica para retornar a Brasília em 19 de dezembro e, desde então, despacha do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República.
Entenda
O presidente Lula procurou atendimento médico na noite de 9 de dezembro, após sentir-se indisposto durante o dia e apresentar dores de cabeça. Uma ressonância magnética realizada no Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, revelou uma hemorragia intracraniana, consequência da queda que ele sofreu no Palácio da Alvorada em 19 de outubro.
Devido à gravidade do quadro, Lula foi transferido para o Hospital Sírio-Libanês em São Paulo, onde, ainda na mesma noite, passou por uma cirurgia para drenar o hematoma intracraniano. A operação ocorreu sem intercorrências, mas Lula permaneceu monitorado na UTI.
Já na quinta-feira (12), foi realizado um procedimento complementar para evitar novos sangramentos: a embolização da artéria meníngea média, que interrompe o fluxo sanguíneo em uma área específica, parte do protocolo em casos como o do presidente.
No mesmo dia da cirurgia, foi retirado o dreno intracraniano colocado na primeira intervenção. Após isso, na sexta-feira (13), Lula deixou a UTI. Em todas as atualizações médicas, foi informado que ele estava "neurologicamente perfeito", "cognitivamente bem" e "apto a exercer qualquer tipo de trabalho", sem sequelas.
A alta hospitalar foi dada no dia 15 de dezembro, mas o presidente permaneceu na residência dele na capital paulista até o dia 19 de dezembro para fazer exames complementares. Desde então, está em Brasília. Lula é acompanhado pela equipe médica comandada pelo cardiologista Roberto Kalil Filho e pela infectologista Ana Helena Germoglio.
Queda no banheiro
O presidente Lula passou por esses procedimentos em decorrência de um acidente ocorrido ainda em 19 de outubro, no Palácio da Alvorada. Na ocasião, Lula cortava as unhas dos pés enquanto estava sentado em um banco no banheiro da residência oficial da Presidência da República, em Brasília.
Após finalizar o corte em um dos pés, ao se movimentar para começar o outro, ele se desequilibrou e caiu. O presidente bateu a nuca em uma quina, o que causou um sangramento intenso, mas ele manteve a consciência. Na mesma noite, foi levado ao Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, onde recebeu cinco pontos e passou por uma série de exames.
Um boletim médico divulgado na época informou que o presidente sofreu um “ferimento corto-contuso em região occipital”, ou seja, um corte na parte de trás da cabeça, o que resultou em uma pequena hemorragia cerebral. Os exames de imagem confirmaram a ocorrência de traumatismo craniano.
Após o atendimento inicial, Lula passou por pelo menos três baterias de exames nas semanas seguintes. Em ligação telefônica dias após o acidente, o petista disse que o acidente foi “grave”, mas que não afetou nenhuma área delicada. Ele chegou a chamar o episódio de "uma bobeira dele".
A conversa foi com o então candidato a prefeito do PT em Camaçari (BA), Luiz Caetano, e divulgada nas redes sociais do agora prefeito eleito. "Estou bem, querido. Eu tive um acidente aqui, mas uma bobagem minha. Foi grave, mas não afetou nenhuma parte mais delicada. Eu tô cuidando, porque qualquer coisa na cabeça é muito forte", afirmou Lula.
O acidente afetou a participação do presidente em atos de campanha eleitoral no segundo turno e comprometeu sua presença em eventos internacionais: para a Rússia (Brics), a Colômbia (COP da Biodiversidade) e o Azerbaijão (COP 29). O presidente também evitou voos domésticos, incluindo a viagem a São Paulo, onde não compareceu para votar no segundo turno das eleições em 27 de outubro.