BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu em defesa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), ter pautado a derrubada do decreto que reajusta o IOF, nesta quarta-feira (25).
A decisão de Motta pegou os governistas de surpresa. Apesar da aprovação, na semana passada, de um pedido de urgência para o projeto, o Planalto não contava que os parlamentares iriam avançar na votação do texto em si. Nem mesmo o líder do PT na Câmara, o deputado Lindbergh Farias (RJ), esperava por isso.
Após participar do evento que anunciou o aumento da concentração do etanol na gasolina e no óleo diesel, Lula elogiou a “seriedade com que o Haddad trata a economia”. Segundo o petista, seu governo está “há três anos tentando consertar” o cenário econômico brasileiro.
“Nossa carga tributária é menor do que em 2011. Mesmo assim, eu estou cansado de ver empresário falar da carga tributária. Só não fala dos R$ 860 bilhões fiscais de desoneração”, alfinetou.
“Todo dia se fala de déficit fiscal. Quem se preocupou com déficit fiscal no governo passado? Qual empresário foi na imprensa dizer que o Guedes estava desrespeitando o déficit fiscal?”, completou o presidente.
Mais cedo, Lula compartilhou uma publicação de Haddad nas redes sociais em que o ministro defende o decreto do Ministério da Fazenda que reajusta o IOF como forma de buscar o equilíbrio das contas públicas.
“O decreto do IOF corrige uma injustiça: combate a evasão de impostos dos mais ricos para equilibrar as contas públicas e garantir os direitos sociais dos trabalhadores”, publicou Haddad.
Após a repercussão negativa das mudanças no IOF, Haddad enviou um novas medidas ao Congresso, que incluem o aumento da taxação das bets e de Letras de Crédito Agrícola (LCA) e Imobiliário (LCI). O pacote também não teve a recepção esperada pelo governo e foi insuficiente para acalmar os ânimos no parlamento.