BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta quarta-feira (15), que não sabia que o Rio Grande do Sul tinha tantas pessoas negras. O petista fez a declaração durante evento em um abrigo em São Leopoldo, cidade da região do Vale dos Sinos do Estado. Na ocasião, o governo federal anunciou uma série de medidas para os atingidos.
"Eu falei para a Janja no domingo: ‘É impressionante. Eu não tinha noção que no Rio Grande do Sul tinha tanta gente negra’. E no Fantástico apareceu muita gente, e eu disse: ‘Não é possível’. E a Janja me falou que são os mais pobres, moram nos lugares mais arriscados para serem vítimas dessas coisas", contou.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta quarta-feira (15), que não sabia que o Rio Grande do Sul tinha tantas pessoas negras. O petista fez a declaração durante evento em um abrigo em São Leopoldo, cidade da região do Vale dos Sinos do Estado. Na ocasião, o… pic.twitter.com/LFaB9tHcPW
— O Tempo (@otempo) May 15, 2024De acordo com o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022, o Rio Grande do Sul é o Estado do país com maior proporção de brancos: 78,4%. A pesquisa apontou ainda que tem quase 710 mil pessoas autodeclaradas pretas, o que corresponde a 6,5% da população. Já 1,5 milhão (14,7%) se autodeclara parda e 34.184 (0,3%) indígena.
Entre os benefícios anunciados pelo governo federal nesta quarta-feira está o de R$ 5.100 para as famílias vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul que perderam seus móveis e equipamentos eletrônicos na tragédia. Com o nome de Auxílio Reconstrução, o benefício será repassado pela Caixa Econômica Federal, via pix.
Evento com tom eleitoral
Após o anúncio de novas medidas de apoio aos atingidos pelas enchentes no Rio Grande do Sul, o presidente fez um longo discurso em tom político. Em sua fala, o petista não deixou de direcionar críticas a adversários.
Classificou como “nojeira” a disseminação de fake news sobre a atuação do governo federal na tragédia, dizendo se tratarem de “vândalos que não fazem política, que não discutem política, que não querem argumento".
Em outro momento, Lula relembrou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele destacou que o Brasil chegou a ser a sexta maior economia do mundo durante governos petistas, mas que quando ele retornou à presidência, o país passou a ser “desprezado”.
No discurso de 43 minutos, o petista também abordou diferentes assuntos. Ele citou a ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, ao dizer que não sabia como ela não foi vaiada no evento, ocorrido em uma universidade, já que ela é a responsável por negociar com os professores em greve.
Lula ainda classificou os abrigos do Estado como “uma espécie de paraíso” para os desalojados, que segundo ele, pelo menos estão “segurados, recebendo comida, recebendo água, recebendo uma assistência médica". Por fim, o petista disse voltar para casa “feliz” por ter conversado e abraçado com pessoas do local.