BRASÍLIA. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se vacinou contra a dengue na rede privada, antes mesmo de o Sistema Único de Saúde (SUS) iniciar a imunização em todo território nacional.
O petista recebeu a primeira dose do imunizante em 5 de fevereiro e a segunda, em 6 de maio. A campanha do SUS contra a dengue teve início em 9 de fevereiro, ou seja, quatro dias após o presidente Lula receber a primeira dose.
As datas de aplicação da vacina foram reveladas pelo jornal Folha de S. Paulo, a partir de um pedido baseado na Lei de Acesso à Informação à Presidência da República.
A falta de vacinas na rede pública gerou uma crise no governo Lula e a gestão do petista foi alvo de críticas. Com a escassez do imunizante, o Ministério da Saúde limitou a vacinação ao grupo de pessoas de 10 a 14 anos.
As doses de vacina contra a dengue compradas pela pasta comandada por Nísia Trindade ainda estavam sob análise de controle de qualidade quando o presidente Lula recebeu a primeira dose.
Os imunizantes foram liberados em 8 de fevereiro e as primeiras vacinas foram aplicadas no dia seguinte pelo SUS.
Desde o início do mandato, o presidente Lula foi vacinado em público contra a gripe e Covid-19 para incentivar o público a aderir as campanhas de imunização.
Segundo a Folha de S. Paulo, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) não explicou por qual motivo a vacinação de Lula contra a dengue na rede privada não foi divulgada.
Ainda de acordo com o jornal, a Secom omitiu o modelo da vacina e não informou em que local o petista foi imunizado. A pasta, que lida com os comunicados oficiais da Presidência da República e do governo federal, disse apenas que Lula foi vacinado na rede privada.
O país vive a sua pior epidemia de dengue. Até o início deste mês, foram contabilizados 6 milhões de casos prováveis e 4 mil mortes em 2024. Os dados são do Ministério da Saúde. Cerca de 2,8 mil casos estão em investigação.