BRASÍLIA - O ato realizado pela oposição em Brasília neste domingo (3/8) seguiu o mote do grupo político de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de críticas, com pedidos para saída dos cargos, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Houve, ainda, a declaração de apoio explícito ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em julho, Trump anunciou a aplicação de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, que começará a ser cobrada na próxima quarta-feira (6/8), e indicou como uma das razões a presença de Bolsonaro na lista de réus do processo de golpe de Estado conduzido pelo STF.
Entre o público presente, foi erguida uma bandeira dos Estados Unidos. Além disso, uma faixa dizia: “Thank you, Trump”, frase que na tradução para o português representa um agradecimento ao presidente norte-americano.
Ato em Brasília tem pedidos de ‘fora Lula e Moraes’ e bandeira dos EUA erguida; ‘Thank you, Trump’, diz faixa
— O Tempo (@otempo) August 3, 2025
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A anistia geral aos réus e condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 também foi pauta. “Liberdade não se fatia”, citava outra faixa. Prioridade da oposição, o tema está longe de reunir consenso para ser colocado em votação no Congresso Nacional, mas é apresentado pela direita como condição para uma negociação com Trump sobre o tarifaço.
A convocação foi feita para várias cidades do país neste domingo, e a manifestação em Brasília começou às 10h em frente ao Banco Central, que fica próximo à Esplanada dos Ministérios. A Polícia Militar não divulgou a quantidade de público presente, que vestiu, de forma geral, as cores verde e amarela.
Cautelares do STF impedem Bolsonaro de ir a ato
Proibido pelo STF de sair de casa aos finais de semana por cautelares para evitar ser preso, Bolsonaro não pôde comparecer, mas acompanhou o ato por videochamada. Ele foi representado por aliados. Entre eles, a presidente do PL no Distrito Federal e deputada Bia Kicis e parlamentares, como a líder da minoria na Câmara, deputada Caroline de Toni (PL-SC).
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro participou de protesto em Belém (PA), onde cumpriu agenda como presidente do PL Mulher na véspera. Os filhos do ex-presidente também não estiveram na convocação em Brasília. Um deles, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), esteve na convocação no Rio de Janeiro.
Ao discursar de cima de um trio elétrico, Bia Kicis dedicou o ato a “cada brasileiro que está preso, com tornozeleira eletrônica, perseguido e exilado”. Entre eles, citou o ex-deputado Daniel Silveira e a deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP), ambos condenados pelo STF por condutas criminosas, e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos EUA desde março em busca de sanções contra quem afirma perseguir integrantes de sua família.
Kicis declarou que ver Jair Bolsonaro de tornozeleira eletrônica - também ordenada pelo STF entre as medidas cautelares - “machuca” porque, de acordo com ela, o ex-presidente “é um homem inocente, limpo, honesto, patriota”. “Ele não é bandido para precisar usar tornozeleira. Bandido é o Lula”, afirmou.