BRASÍLIA – O governo federal enviará reforços para o combate ao incêndio no Pantanal. Mais de 50 homens da Força Nacional de Segurança devem chegar com equipamentos neste domingo (23) em Corumbá, no Mato Grosso do Sul (MS). A ação para conter as chamas também terá apoio de quatro aeronaves do Exército e três do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). 

Dois aviões do ICMBio chegaram a Corumbá no sábado (22). As demais são esperadas para esta semana. O município concentra a logística de combate ao fogo na região pantaneira de Mato Grosso do Sul. A maior parte dos focos de incêndio estão nos arredores do município. O reforço foi pedido pelo Governo de Mato Grosso do Sul, diante do aumento dos incêndios florestais 

"Recebemos o contato, onde foi confirmado o deslocamento de duas aeronaves Air Tractor e mais um helicóptero para apoiar o combate no Pantanal. Este pedido nosso foi apresentado na semana passada durante a reunião com o Ministério do Meio Ambiente, em Campo Grande", disse o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento do MS, Jaime Verruck.

Desde sexta-feira (21), três aeronaves das forças de segurança do MS têm atuado no enfrentamento dos incêndios no Pantanal. A área queimada neste no  bioma, que também ocupa parte do Mato Grosso (MT), chegou a 541,5 mil hectares, sendo 398,6 mil hectares em MS e 140,9 mil em MT, segundo o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O número de focos de incêndios no Pantanal neste ano já supera em 8% o registrado nos seis primeiros meses de 2020, ano recorde de queimadas no bioma. A comparação é feita entre os dias 1º de janeiro e 19 de junho de 2020 e de 2024, conforme os dados disponibilizados pelo Programa de BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Os incêndios fazem parte da vida pantaneira. No entanto, os eventos climáticos adversos, a seca severa e a estiagem expuseram a planície ao fogo mais cedo em 2024. Especialistas dizem que o aumento exponencial dos focos de incêndio no bioma ainda em junho é causado pela antecipação da temporada do fogo, que chegaria só entre o fim de julho e agosto.