BRASÍLIA - Ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) condenaram a tentativa de golpe na Bolívia ao discursarem na abertura do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), popularmente conhecido como “Conselhão”, nesta quinta-feira (27).
O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que preside o colegiado, afirmou que o país não aceita mais ditaduras e golpes de Estado na América Latina.
“Mais uma vez a democracia na América Latina esteve em risco. As posições do presidente Lula e do ministro Mauro Vieira foram decisivas para apoiar as forças democráticas da Bolívia. Dizer que não aceitamos mais ditaduras e golpes na América Latina, para o bem da economia, da sociedade, para o bem da sustentabilidade, precisamos de democracia”, afirmou.
Em seguida, Padilha passou a palavra para o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira. “A reunião de hoje simboliza, além dessa retomada, o espírito de diálogos plural e inclusivo que também caracteriza a nossa política externa. A democracia é um valor fundamental para o Brasil, como que afirmamos ao rechaçar a inaceitável tentativa de golpe de Estado da Bolívia”, declarou.
O “Conselhão” tem o papel de auxiliar na criação e análise de políticas públicas. Criado no primeiro governo Lula (2003-2007), o colegiado havia sido extinto pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e foi recriado, com novos integrantes, em 2023.
O que aconteceu na Bolívia?
O comandante deposto do Exército boliviano, Juan José Zúñiga, liderou uma tentativa de golpe de Estado contra o presidente Luis Arce na quarta-feira (26). O militar cercou o palácio presidencial por horas com tropas e veículos blindados e disse durante o cerco que estava lá para "expressar seu descontentamento" e que precisava haver uma troca ministerial. Ainda na noite de quarta-feira, Zúñiga foi preso.
Presidente Lula e Itamaraty condenaram a tentativa de golpe
Ainda na quarta-feira, o presidente Lula e o Ministério de Relações Exteriores brasileiro condenaram a tentativa golpista na Bolívia. "Como sou um defensor da democracia, quero que ela prevaleça na América Latina. Golpe nunca deu certo", afirmou Lula em conversa com jornalistas.
O presidente usou as redes sociais para reafirmar a posição do Brasil. "Condenamos qualquer forma de golpe de Estado na Bolívia e reafirmamos nosso compromisso com o povo e a democracia no país irmão presidido por Luis Arce”.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que o governo brasileiro “condena nos mais firmes termos a tentativa de golpe de Estado em curso na Bolívia, que envolve mobilização irregular de tropas do Exército, em clara ameaça ao Estado democrático de Direito no país". O comunicado enfatizou que o Brasil vai manter contato com "autoridades legítimas bolivianas".
A comunidade internacional também condenou a tentativa de golpe de Estado na Bolívia e defendeu a legitimidade de Luis Arce à frente da Presidência da República do país.