BRASÍLIA - Romeu Zema (Novo) colocou o PT no centro de suas críticas durante o lançamento de sua pré-candidatura à presidência da República neste sábado (16/8) durante encontro nacional do Partido Novo em São Paulo. Governador de Minas Gerais e agora pré-candidato, ele prometeu “varrer o PT do mapa”, colocou o “lulismo” entre os três maiores problemas do Brasil ao lado do narcotráfico e dos supersalários e criticou a participação do país no bloco Brics.

“Vamos chegar a Brasília para varrer o PT do mapa. Vamos chegar a Brasília para acabar com os abusos e perseguições do Alexandre de Moraes. Vamos chegar a Brasília para libertar o Brasil”, declarou. “Essas próximas eleições vão decidir o futuro. Vamos ter de acertar as contas com os três maiores inimigos do país: o lulismo, os parasitas do Estado e as facções criminosas”, completou.

A onda antipetista é uma das principais apostas de candidatos da direita para as eleições majoritárias de outubro de 2026, e a crítica ao Brics não é despropositada. O bloco é apontado como uma das justificativas para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter baixado um tarifaço contra os produtos brasileiros exportados para o país. 

“A visão petista de que gasto é vida é uma idiotice sem tamanho. Assim como a aproximação do Brasil de regimes autoritários e de nações que se opõem aos nossos valores ocidentais. Sai do Brics, Brasil!”, disse Zema. “Vamos libertar o Brasil do lulismo, e vamos fazer isso nas urnas”, completou. Àquela altura do discurso, o público do encontro do Partido Novo cortou o governador com gritos de “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão”. 

“O Brasil primeiro” e “Brasil pra frente, Zema presidente”

Romeu Zema também revelou os slogans que nortearão sua campanha durante o encontro. Repetindo, além do discurso antipetista, críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Romeu Zema encerrou sua declaração sob o coro “Brasil pra frente, Zema presidente”. Atrás dele, um painel estampava: “Brasil primeiro”.

O mineiro atraiu gritos de apoiadores nos muitos momentos em que criticou a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e refutou as ações do Supremo. A segurança pública e o combate à criminalidade surgiram ali entre as principais plataformas dessa pré-campanha de Romeu Zema. Ele dispensou tempo considerável em seu discurso atacando as facções. “Elas ameaçam transformar o Brasil em um narcoestado”, disse. “O que o Brasil precisa fazer é mobilizar todas as forças de segurança contra essas organizações que matam pessoas de bem e que custam tão caro ao país. Temos de agir já”, acrescentou.

Seguindo também a plataforma original do Partido Novo, Zema atacou os supersalários e os penduricalhos. “Todo ano o Brasil infelizmente gasta milhões para sustentar uma casta de privilegiados dentro do Estado”, disparou. “Quando se soma tudo isso, supersalários, pensões, mordomias, essa conta ultrapassa R$ 100 bilhões. Reformar o Estado e liquidar os privilégios é decisivo para o Brasil avançar”, declarou.

Foi cercado por Marcel Van Hattem (RS), Adriana Ventura (SP), Ricardo Salles (SP) e Luiz Lima (RJ) que o governador de Minas Gerais encerrou sua participação naquele que foi o ponto alto do encontro do Novo. Ele endossou as posições que os parlamentares têm adotado no Congresso Nacional.

Romeu Zema é a grande esperança do partido para fortalecer bancadas na Câmara e no Senado, com a reeleição de Girão e a eleição de Van Hattem pelo Rio Grande do Sul, e ainda alcançar o apoio maciço da direita em uma frente ampla na corrida pela presidência da República. A união dos nomes da oposição em um grupo só ainda é distante porque outras figuras da direita também têm testado seus nomes no cenário eleitoral. Entre elas o também governador Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás.