BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu maior participação do governo federal na segurança pública, mas que isso não seja feito apenas com repasse de recursos. Na avaliação dele, o “crime organizado” “já tomou conta do Brasil” e “apenas os Estados não dão conta”.
“Em 10 a 15 dias, vou chamar Lewandowski e todos os ministros que foram governadores de Estado (...) para que a gente possa fazer uma proposta de segurança pública sabendo que a gente vai enfrentar a recusa de muitos governadores. Muitos reclamam da segurança, mas não querem abrir mão do controle da polícia. Não queremos ter ingerência”, afirmou em entrevista à Rádio Sociedade, de Salvador (BA).
“Eu estou favorável que a gente tenha mais Polícia Federal, que a gente possa participar mais do processo de segurança, sobretudo no combate ao crime organizado, ao narcotráfico, às facções, porque hoje tomou conta do Brasil (...). Então, é uma coisa mais delicada, e eu acho que os Estados sozinhos não dão conta”, disse ao elencar, como exemplo, a atuação do garimpo ilegal em Roraima e no Acre.
“Quem foi governador sabe, é muito difícil cuidar da segurança pública e, muitas vezes, os coronéis que mandam na polícia militar não obedecem a orientação do governador, muitas vezes têm agressividade desnecessária, então nós precisamos repensar”, avaliou.
O petista disse que é preciso fazer uma proposta concreta que irá gerar resultados. Em seguida, criticou a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro que adotou uma política armamentista, com flexibilização de armas e munições, bem como criação de clubes de tiro.
Quem são os ministros de Lula que já foram governadores
Atualmente, os ministros de Lula que foram governadores são: Rui Costa (Bahia) da Casa Civil; Camilo Santana (Ceará) do Ministério da Educação; Wellington Dias (Piauí) do Desenvolvimento Social; Renan Filho (Alagoas) da pasta dos Transportes; Geraldo Alckmin (São Paulo) que é vice-presidente e ocupa o Ministério do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic); Márcio França (São Paulo) das Micro e Pequenas Empresas.