BRASÍLIA - A Justiça da Itália pediu mais tempo para analisar um pedido da defesa da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) para que ela aguarde em liberdade o processo de extradição para o Brasil. Assim, ela segue presa no complexo penitenciário de Rebibbia, em Roma.
À reportagem de O TEMPO Brasília, o advogado de Zambelli, Fábio Pagnozzi, afirmou que o colegiado, composto por três juízes, deve tomar uma decisão em até 48 horas.
O procedimento faz parte do processo de extradição. A defesa de Zambelli pediu que a parlamentar aguardasse o caso em liberdade devido a questões de saúde. Inicialmente, a audiência ocorreria no dia 13 de agosto, mas foi adiada após ela passar mal. Na ocasião, o juiz solicitou uma perícia médica para apurar as circunstâncias do fato.
Na última sexta-feira (22/8), o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Zambelli a 5 anos e 3 meses de prisão por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo.
Os delitos teriam sido cometidos em outubro de 2022, na véspera do segundo turno das eleições, quando ela discutiu com um apoiador do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em uma rua de um bairro nobre de São Paulo, e perseguiu o homem com arma em punho.
Os advogados de Zambelli negam que ela tenha cometido crime e alegam que ela tinha autorização para portar o armamento. A defesa ainda pode recorrer no processo.
Essa é a segunda condenação de Zambelli no STF neste ano. Em maio, por unanimidade, a deputada foi sentenciada com 10 anos de prisão pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ao lado do hacker Walter Delgatti Neto.
A deputada federal licenciada está presa em Roma, na Itália, onde ficou foragida desde 29 de julho. Ela é alvo de um pedido de extradição assinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. Caberá à Justiça da Itália decidir, o que pode levar entre um ano e meio e dois anos.
O nome de Carla Zambelli também foi incluído na lista de procurados internacionais da Interpol após pedido do STF, o que equivale a um pedido de prisão.