BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assina nesta quarta-feira (27/8), no Palácio do Planalto, o decreto que regulamenta a TV 3.0, uma nova tecnologia para a televisão aberta que está prevista para funcionar a partir do ano que vem.

O futuro modelo promete maior interatividade e qualidade de som e imagem, além de integração ampliada com a internet. O serviço será gratuito e vai substituir gradualmente o atual padrão de televisões, adotado desde 2007.

A TV 3.0 ainda está em fase preparatória, prevista para ser concluída até o final deste ano. As primeiras transmissões devem ocorrer no primeiro semestre de 2026. O objetivo é que esteja operando nas principais capitais do país até a Copa do Mundo, em junho. Porém, o processo de expansão deve levar até 15 anos para cobrir todo o território nacional.

Não será necessário adquirir uma nova televisão para acessar a tecnologia. Aparelhos antigos poderão receber a tecnologia por meio da instalação de uma caixa conversora para o novo padrão.

O custo estimado para a implantação da tecnologia é de R$ 7,5 milhões. De acordo com o governo federal, o modelo vai permitir a entrada de novos radiodifusores e maior acesso a serviços públicos digitais.

Com o decreto publicado, cabe às empresas de televisão providenciar mudanças em seus sistemas de produção e transmissão. Já as fabricantes dos aparelhos devem iniciar os processos para a construção de caixas receptoras.

Segundo o Ministério das Comunicações, a TV 3.0 vai permitir informação em tempo real de alertas de emergência sobre desastres a partir da recepção de um sinal pela antena, sem a necessidade da conexão à internet. Se houver queda de energia elétrica, a tecnologia prevê a possibilidade de ligar a televisão para exibir o alerta.

A expectativa é que após adotado o novo padrão, novos fabricantes, sobretudo chineses, tenham interesse em fabricar e vender televisores e caixas de conversão para o mercado brasileiro. Um deles seria a empresa chinesa Hisense, já para 2026.

O governo também afirma que a TV 3.0, como serviço de radiodifusão, não coleta dados dos usuários. No entanto, para acessar conteúdos via aplicativos e sob demanda, será necessário fazer login.

“O consumo logado do usuário é uma experiência direta entre este telespectador e a emissora de televisão, equivalente a um serviço de streaming, sendo das emissoras a responsabilidade pela coleta e tratamento de dados, conforme determinado pela LGPD”, diz o Ministério das Comunicações.