BRASÍLIA. O ex-ministro José Dirceu defendeu, nas redes sociais, a vitória proclamada do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, na eleição ocorrida no último domingo (28) para um novo mandato de seis anos. A oposição venezuelana contesta o resultado e acusa o governo de fraude.
Na publicação, Dirceu afirma que Maduro “cumprirá seu novo mandato” e comparou as críticas com episódios vividos no Brasil e em outros países, como quando Aécio Neves questionou, em 2014, o resultado do processo que reelegeu a então presidente Dilma Rousseff ou quando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) colocou fez críticas reiteradas ao sistema eletrônico de votação. “Em comum a ideia de colocar o órgão eleitoral em suspeição e a própria urna eletrônica”, disse.
Além disso, o ex-ministro do primeiro governo Lula citou o voto impresso, aplicado na Venezuela e defendido no Brasil por bolsonaristas, para exaltar o sistema venezuelano.
“É preciso lembrar que, na Venezuela, o voto é impresso e depositado numa urna. Logo o sistema é seguro e inviolável. Há fiscais em todas as sessões e no órgão eleitoral nacional – o CNE – a oposição tem 3 membros”, escreveu.
“Não podemos fazer como setores da mídia brasileira, que parte do princípio de que Maduro não pode vencer, e se venceu é porque houve fraude. Precisamos aguardar a conferência das atas e não dar razão à oposição, muito menos às manifestações violentas. [...] Não dá para apontar fraude sem provar e sem a conferência das atas”, continuou.
Ainda segundo Dirceu, a oposição venezuela tem setores “golpistas articulados a interesses norte-americanos”, ao citar sanções impostas nos últimos anos pelos Estados Unidos à Venezuela. O político também elogiou a postura de cautela do governo brasileiro até aqui.
“Eis por que se posicionaram corretamente México, Colômbia e Brasil, a despeito de toda a gritaria da oposição venezuelana e do entusiasmo da mídia brasileira com a tese da fraude”.
Nesta terça-feira (30), o PT também defendeu, em nota, a legitimidade da eleição venezuelana, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em entrevista, afirmou considerar “normal” o processo eleitoral no país.