BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (4) que o Brasil pode eleger, pela primeira vez, um presidente quatro vezes pelo voto popular. A fala aconteceu durante discurso em cerimônia para o anúncio de um investimento de R$ 33 bilhões da Petrobras no Estado do Rio de Janeiro, na Refinaria de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Em recado ao Congresso, o petista disse que ainda tem um ano e meio de governo pela frente e que, se tudo correr como ele imagina, ele deve ser o primeiro presidente eleito quatro vezes na história da República.

“Tem gente que pensa que o governo já acabou, tem gente que já está pensando em eleição. Eles não sabem o que eu estou pensando. Se preparem porque, se tudo tiver como estou pensando, esse país vai ter, pela primeira vez, um presidente eleito quatro vezes pelos braços do povo”, destacou. 

Em seu discurso, Lula também comentou sobre a crise política entre o Planalto e o Congresso e afirmou que não quer “nervosismo” porque divergências são “boas” ao promoverem o diálogo entre os Poderes.

“Sou grato ao Congresso Nacional. Quando tem uma divergência, é bom. A gente senta na mesa, vai conversar e resolve. O governo pensa uma coisa, o Congresso está pensando outra. A gente vai resolver isso em uma mesa de negociação. Eu não quero nervosismo”, disse Lula.

A disputa entre o Executivo e o Legislativo envolve a tentativa do governo de aumentar alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Câmara e o Senado derrubaram o decreto presidencial, com ampla maioria.

O caso foi, então, judicializado. O Executivo recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para conseguir a vigência da medida. Em decisão liminar, nesta sexta-feira, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, relator da ação, suspendeu os efeitos dos decretos que tratam do IOF, tanto o do governo federal, como o do Legislativo. Além disso, o magistrado determinou uma audiência de conciliação no dia 15 de julho.

Mais cedo, em um evento do Novo Banco de Desenvolvimento, o Banco do Brics, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a decisão do Supremo de suspender os decretos relacionados ao Imposto sobre Operações Financeiras é ótima para o país.