BRASÍLIA - O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou) que não pretende voltar ao Brasil após o fim de sua licença parlamentar, cujo prazo se encerra no próximo domingo (20). A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.

O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro está nos Estados Unidos desde desde março, quando tirou uma licença não-remunerada do mandato com a duração de 120 dias. Segundo o próprio parlamentar, o objetivo era “se dedicar integralmente e buscar as devidas sanções aos violadores de direitos humanos".

Nesta segunda-feira (14), ele afirmou que estará “se sacrificando” e “sacrificando o mandato para levar adiante a esperança de liberdade”.

“Por ora eu não volto. A minha data para voltar é quando Alexandre de Moraes não tiver mais força para me prender”, disse, ao Estadão.

O parlamentar afirmou que está analisando, junto a assessores, sua situação na Câmara após o fim da licença parlamentar, mas admite a possibilidade de perder o mandato. Caso não compareça às sessões, ele pode ser cassado por excesso de faltas, como aconteceu com o ex-deputado Chiquinho Brazão (RJ).

“Se for o caso de perder o mandato, vou perder o mandato e continuar aqui. O trabalho que estou fazendo aqui é mais importante do que o trabalho que eu poderia fazer no Brasil. No Brasil, o STF, quer dizer, Alexandre de Moraes, ia tentar colocar uma coleira em mim, tirar meu passaporte, me fazer de refém, ficar ameaçando, como ele sempre faz - mandando a Polícia Federal na Casa, abrindo inquérito, inquirindo pessoas ao meu entorno. Então, eu não vou me sujeitar a fazer isso”, disse Eduardo.

Eduardo Bolsonaro é investigado pela Procuradoria-Geral da República por atuar para que o governo dos EUA imponha sanções a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Na última quinta-feira (9), após o presidente americano, Donald Trump, impor tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras, ele gravou um vídeo pedindo para as autoridades brasileiras "evitarem escalar" o conflito com os Estados Unidos para evitar "o pior".