BRASÍLIA - O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que continua buscando diálogo com os Estados Unidos em meio à tarifa de 50% anunciada pelo governo americano, mas reforçou que “a soberania do Brasil é inegociável”.

Em nota, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), comandado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), disse que busca um  diálogo “sem qualquer contaminação política ou ideológica”.

“Reiteramos que a soberania do Brasil e o estado democrático de direito são inegociáveis. No entanto, o governo brasileiro continua e seguirá aberto ao debate das questões comerciais, em uma postura que já é clara também para o governo norte-americano”, diz o MDIC.

“O Brasil e os Estados Unidos mantêm uma relação econômica robusta e de alto nível há mais de 200 anos. O governo brasileiro espera preservar e fortalecer essa parceria histórica, assegurando que ela continue a refletir a profundidade e a importância de nossos laços”, conclui a pasta.

A nota foi publicada na noite deste domingo (28), após o presidente dos EUA, Donald Trump, ter reforçado que as novas taxas, para todos os países, entram em vigor no dia 1º de agosto, incluindo o Brasil. O secretário de Comércio do governo americano, Howard Lutnick, também reafirmou que não haverá adiamento das novas sobretaxas.

Nesta semana, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, está nos EUA e indicou disposição de negociar presencialmente com agentes do governo Trump caso haja alguma abertura por parte dos americanos. Ao mesmo tempo, uma comitiva de senadores brasileiros está em Washington e deve se reunir com empresários e parlamentares dos EUA com o objetivo de negociar o tarifaço. 

No entanto, até o momento, os canais de diálogo com o governo Trump seguem congestionados e há pouca perspectiva de uma revogação ou adiamento das tarifas sobre as exportações brasileiras.