BRASÍLIA - Para evitar novo revés, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, convocou 25 parlamentares da base governista para uma reunião. na noite desta segunda-feira (25/8). O objetivo é tratar das estratégias que serão adotadas na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes nos descontos de aposentadorias do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
O início dos trabalhos do colegiado acontece nesta terça-feira (26/8), quando o plano de trabalho do relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), será apresentado. Na reunião, os parlamentares devem votar também os primeiros requerimentos de convocação.
O relator já adiantou que quer convocar ex-ministros da Previdência Social. Na lista, estão Eduardo Gabas, do governo Dilma Rousseff (PT); José Carlos Oliveira, do governo Jair Bolsonaro (PT); e Carlos Lupi, do atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No encontro, Gleisi busca alinhar o discurso de senadores e deputados, para evitar novos erros de articulação e prejuízos para a imagem do governo do Lula.
Na última semana, em manobra de última hora, a oposição emplacou tanto o presidente quanto o relator da CPMI. Os próprios aliados de Lula atribuíram o resultado à falta de articulação do governo.
O senador Omar Aziz (PSD-AM), nome indicado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), foi derrotado por três votos na quarta-feira (20/8), na disputa pela presidência da CPMI. A oposição conseguiu eleger o senador Carlos Viana (Podemos-MG), em um revés político para a base do Planalto.
Com isso, o deputado e ex-ministro Paulo Pimenta (PT-RS) foi escalado pelo Palácio do Planalto como responsável por coordenar as ações da base governista na CPMI.
Após a derrota, o líder do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (PT-AP), assumiu a culpa e reconheceu que a base de Lula subestimou a capacidade de mobilização da oposição. “Eu assumo a minha máxima culpa enquanto líder do governo no Congresso. Responsabilidades minhas eu não terceirizo para ninguém”, frisou o senador em coletiva à imprensa na quarta-feira.
O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), admitiu a ausência de mobilização da base do governo e afirmou que houve, “claramente”, um problema de articulação.
“O governo vai ter que se reorganizar. [...] Eu estou vendo problema de mobilização da base. Houve alguma subestimação”, reconheceu o líder do PT em entrevista na Câmara dos Deputados, na tarde de quarta-feira (20/8).