BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, nesta segunda-feira (25/8), nova linha de crédito para a indústria 4.0, que incorpore tecnologias em robótica, inteligência artificial, computação na nuvem, sensoriamento, comunicação máquina a máquina e internet das coisas (IoT).

Com a ampliação dos recursos disponíveis do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o orçamento do financiamento de projetos de difusão de máquinas e equipamentos 4.0 na economia em 2025 é de R$ 12 bilhões. As taxas incentivadas mesclam a Taxa Referencial (TR) e custos de mercado.

De acordo com o governo, o principal desafio é melhorar a produtividade e modernizar o parque fabril brasileiro. “Então máquinas e equipamentos vão fazer com que a indústria ganhe competitividade, reduza custos e modernize o parque industrial brasileiro”, destacou o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.

“Essa medida é fundamental, porque não tem crescimento emprego sem investimento. E o investimento precisa de inovação. A economia contemporânea é cada vez mais competitiva. E o que move a inovação é o setor de bens de capital, de máquinas e equipamentos. Ele é o coração da produtividade e da eficiência, especialmente da produção industrial. Então, essa é uma linha de crédito que vai direto na competitividade, na produtividade e na eficiência”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. 

No BNDES, a linha Crédito Indústria 4.0 tem R$ 10 bilhões e visa impulsionar a agenda de modernização industrial e dos serviços tecnológicos, contribuindo para alavancar a indústria 4.0 e ampliar a produtividade e a digitalização. A iniciativa é parte do eixo de inovação e digitalização do Plano Mais Produção, que integra a política industrial Nova Indústria Brasil (NIB).

A Finep complementa a ação, seguindo no propósito de reduzir as assimetrias regionais e estimular a indústria nacional de bens de capital, alocando R$ 2 bilhões de crédito à sua linha Difusão Tecnológica exclusivamente para empresas que precisem modernizar seu parque industrial localizado nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

“Nosso calendário é que, a partir do dia 15 de setembro, a gente já começa a aprovar os créditos”, anunciou Mercadante. “Os bancos serão nossos gerentes. A orientação é cada um procurar o seu banco para acelerar o processo. E a gente repassa os recursos. O que não for possível, a gente faz diretamente”.

O presidente do BNDES também comentou sobre o plano de contingência anunciado pelo governo para reduzir o impacto do tarifaço dos Estados Unidos. O chamado Plano Brasil Soberano inclui uma medida provisória que oferece crédito de R$ 30 bilhões aberta pelo BNDES para auxiliar as empresas afetadas pela sanção do presidente dos EUA, Donald Trump. A linha de crédito terá juros entre 1% e 4% ao ano. 

Aloízio Mercadante detalhou também o calendário da linha de crédito específica para empresas que foram atingidas com o tarifaço, com prejuízo em mais de 5% do seu faturamento.

“A partir do dia 15 de setembro, a gente já começa a aprovar os créditos. Até o dia 8 de setembro, o CERP vai apresentar a plataforma junto com a Receita e o MIDIC. Então, nós já estamos, na segunda-feira, preparando todos os bancos. E os bancos vão formar os seus gerentes. E a orientação é cada um procurar o seu banco para acelerar o processo. E a gente repassa recursos que não for possível a gente faz diretamente”, explicou.