BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a Organização Carbono Oculto, contra fraudes no setor de combustíveis, é a “resposta do Estado ao crime organizado de nossa história”.
A operação foi deflagrada nesta quinta-feira (28/8) pela Polícia Federal (PF) e aponta que o PCC movimentou, só entre 2020 e 2024, um total de R$ 52 bilhões em postos de combustível pelo recolhimento de tributos em volume muito baixo e incompatível com suas atividades. As fraudes geraram perdas de R$ 8,6 bilhões aos cofres públicos.
“A população em todo o país assistiu hoje à maior resposta do Estado ao crime organizado de nossa história até aqui. [...] O trabalho integrado — iniciado com a criação, no Ministério da Justiça, do Núcleo de Combate ao Crime Organizado — permitiu acompanhar toda a cadeia e atingir o núcleo financeiro que sustenta essas práticas”, publicou o presidente nas redes sociais.
“Nosso compromisso é proteger cidadãos e consumidores: cortar o fluxo de dinheiro ilícito, recuperar recursos para os cofres públicos e garantir um mercado de combustíveis justo e transparente, com qualidade e concorrência leal”, continuou Lula.
De acordo com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, o objetivo é "secar" a fonte de recursos do crime organizado, atingindo não apenas a ponta operacional, mas o "andar de cima" do sistema financeiro paralelo.
Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a megaoperação conseguiu atingir “o andar de cima” do crime organizado no Brasil para impedir que as facções “se perpetuem”.
No total, foram expedidos 14 mandados de prisão, dos quais apenas seis foram cumpridos até o momento, levantando suspeitas de vazamento de informações. Também houve houve 43 mandados de busca e apreensão, bloqueio de bens e valores que ultrapassam R$ 2,2 bilhões e sequestro de 21 fundos de investimento com patrimônio de cerca de R$ 30 bilhões.