BRASÍLIA - O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o Brasil pode precisar investir em energia nuclear na área de Defesa, para se proteger de possíveis ameaças externas.
Em discurso durante a posse da diretoria da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), no Rio de Janeiro, Silveira reconheceu que o tema é polêmico, mas ressaltou que o mundo vive “arroubos internacionais muito graves”, “em especial nos últimos tempos”.
“Um país que é gigante pela própria natureza, que tem 11% da água doce do planeta, clima tropical, solo fértil e tantas riquezas minerais, precisa levar muito a sério a questão nuclear. No futuro, nós vamos precisar dessa tecnologia também para a defesa nacional”, disse, na última sexta-feira (6/9).
O ministro também lembrou que a Constituição brasileira prevê o uso da energia nuclear apenas para fins pacíficos, mas sugeriu que o Congresso Nacional pode “rever a posição”.
Hoje, apenas nove países possuem armas nucleares reconhecidas: Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido, França, Paquistão, Índia, Israel e Coreia do Norte.
Depois, Silveira publicou uma nota em que faz reparos à sua declaração. No texto, o ministério de Minas e Energia diz que ele é um “jurista e pacifista” e destaca que a energia nuclear só pode ser usada no país “com destinação a geração de energia elétrica limpa e aplicação na medicina nuclear”
“A especulação gerada decorreu de uma resposta a jornalistas na saída de um evento, em que o ministro foi questionado sobre soberania nacional e os recursos naturais do país em um cenário hipotético de futuro debate legislativo”, diz o texto.
“O ministro respondeu que, nos ataques especulativos geopolíticos atuais e tendo o país riquezas estratégicas como 11% da água doce do planeta, terra fértil e abundante, jazidas minerais relevantíssimas, em especial dos minerais críticos para transição energética e estratégicos para segurança alimentar, petróleo e detendo a cadeia nuclear completa, em um futuro, espera, longínquo, o povo e seus representantes num país democrático têm o legítimo direito de debater como preservar sua absoluta soberania, hoje assegurada graças à liderança, experiência, coragem e diálogo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva", conclui.