Ministério da Saúde

Após pressão do Planalto, Nísia exonera diretor responsável por ‘Batcu’

Em vídeo publicado na noite deste sábado (7), a ministra da Saúde pede desculpas pela apresentação da dança erótica, que classificou de 'inadmissível'

Por Hédio Ferreira Júnior
Publicado em 07 de outubro de 2023 | 22:04
 
 
 
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Após pressões do Palácio do Planalto, incomodado com a falta de uma reação mais enérgica após a apresentação polêmica de uma dança erótica na última quinta-feira (5), o Ministério da Saúde decidiu exonerar o servidor responsável pelo evento. Andrey Roosewelt Chagas Lemos ocupava o cargo de diretor de Prevenção e Promoção da Saúde, órgão responsável por promover o 1º Encontro de Mobilização da Promoção da Saúde no Brasil - onde a apresentação ocorreu. A exoneração vai ser publicada como a pedido do diretor.

Servidor da carreira de tecnologista do Ministério da Saúde, Andrey é mestre em Políticas Públicas em Saúde pela Fiocruz e coordenou o Programa Municipal de IST, Aids e Hepatites Virais e a Feira de Promoção da Saúde no Terreiro de Candomblé, em Aracaju (SE). Na pasta, atuou nas políticas de Saúde Integral da População Negra e população LGBT e foi apoiador institucional na atenção básica junto a estados e municípios. 

Na noite deste sábado, as redes sociais do Ministério da Saúde divulgaram um vídeo em que a ministra Nísia Trindade diz ter sido surpreendida pelo episódio em que uma dançarina aparece rebolando ao som da música “Batcu”, de Aretuza Lovi, com participação de Valesca Popozuda. No palco e na plateia, as pessoas assistem e batem palmas. As imagens da apresentação viralizaram e serviram de instrumento para que a oposição - e até mesmo aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva - criticassem a atitude.  

“Infelizmente, eu fui surpreendida pelo episódio de ontem e venho, por meio desse vídeo, me desculpar muito sinceramente pelo ocorrido e reiterar o compromisso do Ministério da Saúde de que seus eventos reflitam a conduta e a orientação da Pasta da Saúde e do Governo liderado pelo presidente Lula”, diz Nísia.

Nessa sexta-feira (6), o ministério anunciou a criação de uma curadoria de eventos, vinculada ao gabinete da ministra, para avaliar as participações propostas em eventos oficiais. Parlamentares de oposição enviaram requerimentos de informação para apurar o nome dos responsáveis pelo evento e os gastos realizados pela pasta. A ministra é obrigada a prestar informações ao Congresso Nacional no prazo de 30 dias, sob pena de enquadramento no crime de responsabilidade e afastamento do cargo.

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