Um dia após anunciar um pacote de até R$ 50 bilhões, com corte de tributos sobre gasolina e repasse para estados, Jair Bolsonaro implorou aos caminhoneiros para ajudar no controle do preço do diesel.
Em entrevista nesta terça-feira (7), o presidente reforçou o pedido a motoristas de veículos pesados para fiscalizar se donos de postos de combustíveis não estão aumentando o lucro abusivamente.
"Hoje (terça) comecei a falar pros caminhoneiros, todo mundo, fotografar ali painéis das bombas de combustíveis. Porque, quando se promulgar a PEC, sancionar o PL, a redução já é pro dia seguinte", disse Bolsonaro em entrevista ao SBT.
O presidente afirmou que vai exigir que fique discriminado, ao lado das bombas dos postos de combustíveis, o preço de custo da gasolina nas refinarias que abastecem o posto.
"Agora a gente vai exigir que a margem de lucro dos tanqueiros e dos donos de postos de combustíveis não seja majorada com nossa diminuição de impostos", afirmou o presidente.
Bolsonaro chegou a citar “os fiscais do Sarney”, como ficaram conhecidos os cidadãos brasileiros que iam aos supermercados para denunciar aumentos abusivos no início do governo de José Sarney (1985-1990), que prometia uma milagre para conter a galopante inflação, herdada da ditadura militar (1964-1985).
A equipe econômica de Sarney, que só assumiu por causa da morte do mineiro Tancredo Neves, o primeiro presidente civil pós-ditadura, decidiu congelar e tabelar preços, no chamado Plano Cruzado, que criou a moeda Cruzado e cortou zeros nos valores. As medidas fracassaram e o país voltou a conviver com hiperinflação.
"Não é [como] fiscal do Sarney lá atrás, o fiscal do Sarney foi em cima de tabelamento, não deu certo. A gente não pode tabelar do lado de cá", ponderou Bolsonaro. (Com Folhapress)
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