Diante da falta de política pública para respaldar o uso dos autotestes pelos brasileiros, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) adiou, nesta quarta-feira (19), a decisão sobre a autorização desse tipo de exame, que dispensa a presença de profissional de saúde.
O argumento que venceu, por 4 votos contra 1, foi o do diretor Rômison Mota, que sugeriu prazo de 15 dias para que o Ministério da Saúde apresente a política pública.
Essa medida é importante, segundo Mota e os outros diretores que o acompanharam, para que os cidadãos saibam, por exemplo, onde e como devem notificar os órgãos de saúde caso o resultado do autoteste de Covid-19 seja positivo.
Também não está definido pelo governo federal como esses casos serão contabilizados, como os cidadãos serão instruídos para realizar corretamente o exame e quem deverá comunicar a fabricante sobre possíveis efeitos adversos ou erros do teste.
Todas essas indefinições já eram conhecidas pelo Ministério da Saúde, que foi alertado pela Anvisa antes de enviar o pedido de autorização do autoteste, na última sexta-feira (14).
Como funciona em outros países
O autoteste é usado por outros países, como Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e os da Europa.
Em comum, os sites governamentais desses países oferecem para os cidadãos vídeos, manuais de instrução digitalizados e outros tipos de materiais de informação que instruem a população para o uso correto do autoteste.
O site do governo francês oferece várias instruções para manter o ambiente seguro antes e depois do teste, além da orientação para realizar o autoteste até duas vezes por semana, com vistas a aumentar a eficácia da detecção do vírus logo no início da doença.
No Reino Unido existe a recomendação de que esse tipo de exame seja feito apenas por pessoas que não apresentam os sintomas de Covid-19, mas que estiveram em contato com alguém que testou positivo.
Já no site do Canadá, é possível acessar orientações sobre como realizar e interpretar os resultados do teste caseiro de Covid, com instruções detalhadas do que fazer se der negativo, positivo ou inconclusivo.
Todos esses detalhes, orientações e definições ainda não foram apresentados à Anvisa pelo Ministério da Saúde, que agora está com a responsabilidade de decidir quando esse exame poderá ser acessado pelos brasileiros.
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