BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) informou, nesta quinta-feira (26), que conversou por telefone com Manoel Marins, pai de Juliana Marins, brasileira que morreu após cair durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia. O local abriga o segundo vulcão mais alto do país.
Durante a ligação, ele prestou solidariedade à família e comunicou que determinou ao Ministério das Relações Exteriores que ofereça suporte integral aos parentes. Isso inclui, segundo o presidente, o translado do corpo até o Brasil. As informações foram publicadas por Lula em sua conta no X.
“Conversei hoje por telefone com Manoel Marins, pai de Juliana Marins, para prestar a minha solidariedade neste momento de tanta dor”, escreveu o presidente. “Informei a ele que já determinei ao Ministério das Relações Exteriores que preste todo o apoio à família, o que inclui o translado do corpo até o Brasil”, completou.
Não foi detalhado por Lula qual será o apoio dado pelo Itamaraty para o translado. A declaração do presidente contraria o que afirmou o próprio Itamaraty, que informou que não poderia bancar os custos do transporte do corpo de Juliana.
"A assistência consular não compreende o custeio de despesas com sepultamento e traslado de corpos de nacionais que tenham falecido do exterior, nem despesas com hospitalização, excetuados os itens médicos e o atendimento emergencial em situações de caráter humanitário", determina o decreto 9.199/2017.
De acordo com o Itamaraty, as Embaixadas e Consulados brasileiros podem prestar orientações gerais aos familiares, apoiar seus contatos com o governo local e cuidar da expedição de documentos, como o atestado consular de óbito, após os trâmites obrigatórios feitos pelas autoridades locais.
O caso
A morte de Juliana Marins, de 26 anos, foi confirmada pela família na terça-feira (24). A jovem sofreu uma queda durante trilha no Monte Rinjani, onde fica um vulcão com 3.726 metros de altura.
Natural de Niterói, ela caiu no local por volta das 19h de sexta-feira (horário de Brasília), correspondente às 5h de sábado no horário local. Mas as operações de resgate mais eficazes só aconteceram na segunda-feira (24) após uma mobilização de brasileiros, com o apoio do Itamaraty, para retirarem a publicitária do local.
Durante todo o período em que esteve isolada, a jovem não recebeu alimentos, água e roupas, o que gerou revolta entre os familiares que acusam as autoridades da Indonésia e do parque de descaso. O acidente aconteceu enquanto Juliana realizava um mochilão pela região.
A queda deixou a publicitária em uma área de difícil acesso no terreno acidentado do Monte Rinjani, que mesmo em trilhas guiadas apresenta riscos para os caminhantes. Ela foi o décimo caso de morte no local desde 2020.