A partir desta terça-feira (9), o consumidor vai pagar, em média, R$ 0,36 a mais pelo litro do diesel nos postos de combustíveis do Brasil.

A informação é da Petrobras, que anunciou na manhã desta segunda-feira (9) que aumentou o preço de venda do diesel para as distribuidoras.

Dessa forma, o combustível para as distribuidoras passa a custar R$ 4,91, e não mais R$ 4,51, por litro – reajuste de 8,9% – a partir desta terça-feira (10).

Considerando a mistura obrigatória de 90% de diesel A e 10% de biodiesel no diesel comercializado, “a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 4,06, em média, para R$ 4,42 a cada litro vendido na bomba”. 

Com isso, a variação seria de R$ 0,36 por litro, segundo a Petrobras.

Hoje, o preço médio nos postos de Belo Horizonte, por exemplo, está em R$ 6,73, segundo dados do site Mercado Mineiro. Com o aumento, esse valor médio deve passar de R$ 7. 

A estatal alegou, em nota, que o preço não era reajustado há 60 dias – desde 11 de março. Naquele momento, diz a petroleira, a alta refletia "apenas parte da elevação observada nos preços de mercado".

Já os valores atuais cobrados pela gasolina e pelo GLP (o gás de cozinha) foram mantidos. 

Petrobras alega que outros fornecedores já aumentaram seus preços

A Petrobras diz também que a alta “segue outros fornecedores de combustíveis no Brasil que já promoveram ajustes nos seus preços de venda acompanhando os preços de mercado”.

“Desde aquela data, a Petrobras manteve os seus preços de diesel e gasolina inalterados e reduziu os preços de GLP, observando a dinâmica de mercado de cada produto”, afirma.

A empresa justificou a nova alta citando o balanço global impactado de diesel, com uma redução de oferta em relação à demanda e os estoques globais abaixo das mínimas sazonais dos últimos cinco anos nas principais regiões fornecedoras.

“Esse desequilíbrio resultou na elevação dos preços do diesel no mundo inteiro, com a valorização deste combustível muito acima da valorização do petróleo. A diferença entre o preço do diesel e o preço do petróleo nunca esteve tão alta”, diz a nota.

A Petrobras ressaltou que as refinarias da empresa já estão operando próximas ao nível máximo, e que não há mais como aumentar a capacidade interna de refino do petróleo para produção de diesel para atender a demanda no país. Cerca de 30% do total de diesel consumido vem de outras refinadoras e importadoras.

“Isso significa que o equilíbrio de preços com o mercado é condição necessária para o adequado suprimento de toda a demanda, de forma natural, por muitos fornecedores que asseguram o abastecimento adequado”.

Empresas de ônibus alertaram para dificuldades antes do novo aumento

Na sexta-feira (6), a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) divulgou que o preço médio do diesel nas refinarias brasileiras estava R$ 1,27 por litro abaixo da paridade de importação, conceito usado pela política de preços da Petrobras que simula quanto custaria para trazer o produto do exterior.

A defasagem do preço do combustível vinha elevando a pressão por um reajuste, porque dificultava a importação e elevava os riscos de escassez. Na semana passada, postos já chegavam a falar em racionamento seletivo.

Empresas de ônibus, por outro lado, divulgaram comunicado dizendo que a população poderia ter problemas com o transporte coletivo, caso o preço do diesel subisse.

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