Segurança pública

Operação para recapturar fugitivos de Mossoró custou R$ 6 milhões

Os valores incluem despesas com passagens, diárias, combustíveis, manutenção e operações aéreas

Por Renato Alves
Publicado em 05 de abril de 2024 | 10:34
 
 
 
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Custou R$ 6 milhões a operação que durou 50 dias e resultou na recaptura dos dois fugitivos da Penitenciária Federal em Mossoró (RN). Eles escaparam em 14 de fevereiro e foram recapturados nesta quinta-feira (4), em Marabá (PA), a cerca de 1,6 mil quilômetros de distância do presídio de segurança máxima.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública divulgou nesta sexta-feira (5) os custos da chamada Operação de Mossoró. Os valores incluem despesas com passagens, diárias, combustíveis, manutenção e operações aéreas. Confira abaixo quanto cada órgão envolvido consumiu:

  • PRF: R$ 3.322.974,83
  • Força Nacional: R$ 1.481.124.11
  • PF: R$ 665.052,24
  • Força Nacional Penal: R$ 625.738,42

Deibson Cabral Nascimento, de 33 anos, e Rogério da Silva Mendonça, de 36, ambos do Acre e ligados ao Comando Vermelho, contaram com o que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, chamou de “comboio do crime” para tentar sair do País.

Eles usaram até um barco para se deslocar do Ceará para o Pará, onde foram capturados. Para chear lá, os dois atravessaram três Estados: Ceará, Piauí e Maranhão.

Mendonça e Nascimento escaparam da penitenciária na Quarta-feira de Cinzas. A fuga foi a primeira registrada no sistema penitenciário federal desde que este foi criado, em 2006, com o objetivo de isolar lideranças de organizações criminosas e presos de alta periculosidade.

A unidade potiguar estava passando por uma reforma interna. Investigações preliminares indicam que Mendonça e Nascimento usaram ferramentas que encontraram largadas dentro do presídio para abrir o buraco por onde fugiram de suas celas individuais. 

Quatro dias após a fuga inédita, o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva cogitou que os dois detentos teriam recebido algum tipo de ajuda para deixar a unidade, considerada de segurança máxima.

Nesta terça-feira (2), após um mês e meio apurando as circunstâncias da fuga, a corregedoria-geral da Secretaria Nacional de Políticas Penais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, informou não ter encontrado qualquer indício de corrupção.

Segundo o ministério, em seu relatório sobre a responsabilidade de servidores da penitenciária, a corregedora-geral, Marlene Rosa, aponta indícios de “falhas” nos procedimentos carcerários de segurança, mas nenhuma evidência de que servidores tenham, intencionalmente, facilitado a fuga.

Ainda de acordo com o ministério, três Processos Administrativos Disciplinares (PADs) já foram instaurados para aprofundar as investigações sobre as falhas identificadas. Dez servidores são alvos desses procedimentos. Outros 17 servidores assinarão Termos de Ajustamento de Conduta (TAC), se comprometendo com uma série de medidas, como, por exemplo, passar por cursos de reciclagem e não voltarem a cometer as mesmas infrações.

Ex-diretor é demitido

O Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira formalizou a dispensa de Humberto Gleydson Fontinele Alencar da função de diretor da Penitenciária Federal de Mossoró. A destituição do diretor tem efeito desde 14 de fevereiro, quando ele já havia sido afastado logo depois da fuga dos dois detentos. 

A dispensa do ex-diretor da Penitenciária Federal de Mossoró consta de portaria assinada pelo secretário executivo do Ministério da Justiça, Manoel Carlos de Almeida Neto.

 

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