O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, afirmou aos jornalistas nesta segunda-feira (20) que apoia a ideia de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entrar em contato com Javier Milei somente após o argentino pedir desculpas ao petista.
Na avaliação de Pimenta, o presidente eleito da Argentina ofendeu Lula de "forma gratuita" durante a campanha eleitoral. “Eu não ligaria, só depois que ele (Milei) me ligasse para me pedir desculpas. Ele ofendeu de forma gratuita o presidente Lula. Cabe a ele o gesto como presidente eleito de ligar para se desculpar. Depois que acontecesse isso, eu pensaria na possibilidade de conversar”, disse Pimenta.
Na última semana, Lula havia dito que a Argentina deveria votar em um presidente que gostasse de Democracia e da América do Sul. Já no último domingo (10), ao reconhecer a vitória de Javier Milei no segundo turno das eleições argentinas, contra o ministro da Economia daquele país, Sergio Massa, o petista não chegou a citar o nome do presidente recém-eleito e nem o parabenizou diretamente pelo resultado.
Pela rede social X, o antigo Twitter, ele deu parabéns às "instituições argentinas" pela condução do processo e destacou o caráter pacífico da votação. O petista desejou boa sorte ao futuro governo do país vizinho e disse estar “à disposição para trabalhar junto” com os argentinos.
"Desejo boa sorte e êxito ao novo governo. A Argentina é um grande país e merece todo o nosso respeito. O Brasil sempre estará à disposição para trabalhar junto com nossos irmãos argentinos”, escreveu Lula
A possibilidade de vitória de Milei era vista com preocupação pelo Palácio do Planalto. Durante a campanha, o ultradireitista fez duras críticas e ataques ao petista. Chegou a dizer que, caso eleito, não iria fazer negócios com governos “comunistas”, como ele classifica o presidente brasileiro.
Marqueteiros brasileiros que fizeram a campanha do petista Fernando Haddad para o governo de São Paulo em 2022, inclusive, foram contratados pela equipe de Sergio Massa. Essa relação foi usada como artilharia por Milei que tenta pregar no eleitor que Lula está interferindo na corrida eleitoral argentina.
Além disso, o argentino prometeu retirar o país do Mercosul e cancelar a entrada da nação no Brics, bloco que conta com Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e terá o ingresso de outros cinco países em 2024. A adesão argentina foi intermediada, sobretudo, por Lula.