Eleições 2022

Irmão de Cleitinho apaga comentário relacionado à intolerância religiosa

Prática é considerada crime pela lei brasileira

Por Bruno Torquato
Publicado em 08 de agosto de 2022 | 18:16
 
 
 
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O candidato a deputado estadual Eduardo Azevedo (PSC), irmão do candidato a senador Cleitinho Azevedo (PSC), fez um comentário em uma publicação no Facebook de O TEMPO, com conteúdo que pode ser considerado intolerância religiosa e racismo ao tentar atacar o candidato à Presidência da República Luís Inácio Lula da Silva (PT). Depois de um tempo no ar, o comentário foi apagado por Eduardo ou por seus assessores. 

Na publicação da reportagem “Michelle: 'Planalto era consagrado a demônios' antes da chegada de Bolsonaro”, Eduardo comentou que “Enquanto o nosso presidente (Bolsonaro) vai ao culto e missas, o nove dedos faz é macumba”.  O uso da expressão “macumba” de forma pejorativa é considerado intolerância religiosa e racismo por tratar de forma negativa as religiões de matrizes africanas, como o Candomblé e Umbanda.

Makota Celinha, coordenadora geral do Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira (Cenarab), ressaltou que políticos deveriam resguardar o direito à práticas religiosas e que, neste caso, o que acontece é o oposto.  "A forma como ele utiliza (a expressão macumba) é extremamente pejorativa e racista, preconceituosa. Fica parecendo que ir à igreja é coisa de Deus, para ir à macumba (terreiros religiosos de matrizes africanas) é coisa do Diabo. É o que eles tentam fazer a todo momento com a nossa religião e a nossa tradição. O Estado brasileiro tem que coibir esse tipo de atitude. Você tem em uma autoridade a sensação que ele é aquele que protege a constituição e guarda o direito a todas as formas e práticas religiosas, que é assegurado no artigo 5º da Constituição Brasileira. O que se vê é o oposto", afirmou para a reportagem.

A Lei n.º 7.716, de 5 de janeiro de 1989, alterada pela Lei n.º 9.459, de 15 de maio de 1997, considera crime a prática de discriminação ou preconceito contra religiões com pena até de reclusão de um a três anos e multa.

A reportagem entrou em contato diversas vezes com o candidato Eduardo Azevedo por mensagens e por ligações, mas não obteve sucesso. O Partido dos Trabalhadores em Minas Gerais também foi procurado, mas até o momento não retornou. O conteúdo será atualizado em caso dos retornos acontecerem.

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