BRASÍLIA - O empresário Pablo Marçal (PRTB), candidato à Prefeitura de São Paulo derrotado no primeiro turno, prestou depoimento nesta sexta-feira (8) no caso que investiga a divulgação de um laudo falso para imputar ao deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) o uso de cocaína.
A oitiva aconteceu no prédio da Superintendência Regional da Polícia Federal (PF) em São Paulo, na Zona Oeste da capital paulista.
Na noite do dia 4 de outubro, antevéspera do primeiro turno das eleições, Marçal publicou um suposto laudo médico com vários indícios de fraude que apontava que Guilherme Boulos teria feito uso de cocaína e sido encaminhado para uma emergência psiquiátrica, ainda em 2021. A conclusão da Polícia Civil de São Paulo aponta indícios de falsidade que já haviam sido levantados anteriormente pela defesa do candidato do Psol. Entre eles, a assinatura do médico José Roberto de Souza no laudo.
A equipe de Boulos entrou com ações tanto na Justiça Eleitoral quanto na Criminal, nesta última pedindo a prisão de Marçal e do proprietário da clínica mencionada no suposto laudo médico. Já a Polícia Federal (PF) instaurou um inquérito para investigar o caso. O pedido de abertura do inquérito foi feito pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP).
A divulgação do laudo falso por Marçal ocorreu após Boulos, durante o debate na Rede Globo do dia anterior, apresentar um exame toxicológico comprovando que não havia vestígios de cocaína em seu organismo. Ao longo de toda a campanha, Marçal havia desafiado Boulos a realizar o teste e, sem apresentar provas, o acusou repetidamente de ser usuário de drogas.
A defesa de Marçal afirma que o influenciador apenas fez a divulgação do documento fraudulento, que está “amparada pelo direito à livre manifestação do pensamento".
"O representado não fabricou nem manipulou o conteúdo veiculado, limitando-se apenas e tão somente a divulgá-lo exatamente como foi expedido", diz o texto da defesa.