BRASÍLIA — A Polícia Federal (PF) indiciou o empresário Pablo Marçal (PRTB), nesta sexta-feira (8), pelo crime de uso de documento falso. O candidato derrotado no primeiro turno da eleição municipal de São Paulo publicou um laudo médico forjado para imputar o uso de cocaína ao adversário Guilherme Boulos (PSOL). O G1 antecipou a informação.
Antes de ser indiciado, Marçal depôs à Superintendência da Polícia Federal em São Paulo. A oitiva aconteceu na manhã desta sexta-feira. Ele nega participação na divulgação do documento, que veio a público pelas redes sociais dele na antevéspera do primeiro turno.
Na investigação, a perícia da PF detectou que a assinatura do médico era falsa e encontrou também outros indícios de adulteração — o RG atribuído a Guilherme Boulos continha um dígito a mais, o nome da clínica estava incorreto e o médico não trabalhava na época em que a suposta consulta teria ocorrido.
Pablo Marçal publicou documento falso contra Guilherme Boulos
Marçal divulgou o laudo adulterado após Boulos apresentar, durante o debate da Rede Globo, um exame toxicológico comprovando que não havia vestígios de cocaína em seu organismo. Ao longo de toda a campanha, Marçal havia desafiado Boulos a realizar o teste e, sem apresentar provas, o acusou de ser usuário de drogas.
A defesa de Marçal afirma que o coach apenas divulgou o documento fraudulento e justificou que ele está "amparado pelo direito à livre manifestação do pensamento". "O representado não fabricou e nem manipulou o conteúdo veiculado, limitando-se apenas e tão somente a divulgá-lo exatamente como foi expedido", diz a nota.