BRASÍLIA - A Bluesky, rede social que nos últimos dias vem herdando órfãos do X, bloqueado no Brasil desde sábado (31), não confirmou se irá abrir um escritório de representação no país, como determina a lei.
Questionada pela equipe de O TEMPO em Brasília sobre as medidas que deve tomar a respeito, a plataforma informou nesta quarta-feira (4) estar em contato com seu corpo jurídico para agir em “conformidade” com a legislação brasileira, sem cravar qual decisão será tomada.
“Temos o compromisso de aprimorar a experiência do usuário e estamos em contato com nossa equipe jurídica para garantir que nossas operações estejam em conformidade com a legislação brasileira. Estamos ativamente em contato com advogados nos EUA e no Brasil”, afirmou a empresa norte-americana na mensagem.
Criada pelo ex-CEO do Twitter Jack Dorsey, a Bluesky nasceu em 2019 como um produto da plataforma, mas dois anos depois se tornou independente. Com layout e proposta semelhante às do Twitter, onde o passarinho azul dá lugar a uma borboleta da mesma cor, na Bluesky os usuários também podem publicar textos curtos, imagens e interagir com as publicações de outros usuários dando curtidas, comentários e republicações.
O que se apresenta como a principal diferença da criatura com sua rede criadora é a ausência da catalogação dos assuntos mais comentados no momento, os chamados “Trending Topics”.
Desobediência judicial e bloqueio do X
Na última sexta-feira (30), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes ordenou o bloqueio das operações do X no Brasil até que a empresa do bilionário Elon Musk cumpra medidas judiciais determinadas por ele.
Além do pagamento de multas que, somadas, chegam a R$ 18 milhões, a plataforma precisa indicar, em ofício, um representante legal no Brasil. Desde que encerrou as atividades de seu escritório no país, em 17 de agosto, alegando perseguição de Moraes, não há ninguém no Brasil que responda pela rede social.