BRASÍLIA - O Tribunal de Justiça do Paraná decidiu pela prisão domiciliar do ex-policial penal Jorge Guaranho, condenado na quinta-feira (13) pela morte do militante petista e guarda municipal Marcelo Arruda. Guaranho também será monitorado com tornozeleira eletrônica.
Ele foi condenado pelo Tribunal do Júri de Curitiba a 20 anos de prisão pelo homicídio duplamente qualificado de Marcelo Arruda, que também era tesoureiro do PT. A pena deveria ser cumprida em regime fechado, mas em recurso, o desembargador Gamaliel Seme Scaff, assinou liminar nesta sexta-feira (13), acatando o pedido de prisão domiciliar.
“Entendo que não se pode desprezar a precária condição de saúde do paciente (...). Ao que parece, o paciente continua muito debilitado e com dificuldade para se deslocar em razão da enfermidade e das lesões que o acometem, logo, por ora, chega-se à ilação de que sua prisão domiciliar não colocará em risco a sociedade ou o cumprimento da lei penal”, escreveu na decisão.
O crime ocorreu em julho de 2022, em Foz de Iguaçu, no Paraná, durante a festa de aniversário de Arruda, e foi classificado pela juíza do caso como resultado de intolerância política.
O caso ganhou notoriedade em um contexto de intensa polarização política no Brasil durante a campanha eleitoral de 2022.
A vítima, Marcelo Arruda, comemorava o seu aniversário com uma festa temática do PT e do Lula, então pré-candidato a presidente.
Jorge Guaranho, ficou sabendo da festa, foi até o local do evento onde ocorreu uma discussão. Segundo testemunhas, ele teria feito gritos em alusão ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Em seguida, o ex-policial penal sai com o carro e retorna para a festa cerca de uma hora mais tarde, armado, quando efetuou os disparos. Ele atingiu a vítima à queima-roupa com quatro tiros.
A defesa de Jorge Guaranho alegou que ele sofre de sequelas neurológicas que o impedem de se lembrar do crime e sustentou que ele agiu em legítima defesa, o que não foi comprovado durante o julgamento. Em seu depoimento, o acusado disse que se arrepende de ter ido à festa e chamou o ato de "idiotice".