BRASÍLIA - O decreto de prisão imediata por ordem do ministro Alexandre de Moraes desorientou o tenente-coronel Mauro Cid e o fez passar mal, minutos antes de desmaiar no corredor da sala de audiências do Supremo Tribunal Federal (STF). 

As imagens com a reação do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vieram à público nesta quinta-feira (20), após o magistrado derrubar o sigilo dos áudios e vídeos que fazem parte da delação premiada do militar.

O aviso da prisão foi dado pelo desembargador Airton Vieira, juiz auxiliar do gabinete de Moraes e responsável por conduzir o interrogatório on-line, realizado em 22 de março de 2024. 

Ao encerrar a audiência, Airton anuncia a ordem de Moraes. Cid ouve a decisão, solta uma caneta que segurana e bate de leve com a mão esquerda na mesa. Em seguida, se mexe na cadeira em várias posições, leva as mãos na testa e abaixa a cabeça. 

A movimentação do militar, que começava a se sentir mal e se movimentava, ainda sentado, desperta atenção de policiais que acompanhavam a sessão e passam a se posicionar atrás dele. Durante toda a reação do tenente-coronel, os advogados Vania e Cezar Bittencourt permanecem de olho no telão enquanto o juiz continuava falando. 

A cena dura cerca de três minutos e meio. Ao sair da sala de audiências do STF, já no corredor, Mauro Cid fica ainda mais nervoso, desmaiou e precisou ser socorrido por brigadistas. Neste momento, a sessão já havia terminado e a gravação, encerrada.

Assista o vídeo:

Na quarta-feira (20), Alexandre de Moraes já havia derrubado o sigilo dos documentos escritos com conteúdo dos depoimentos da delação premiada de Mauro Cid. A decisão ocorre um dia após o procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, denunciar ao Supremo Tribunal Federal (STF) Jair Bolsonaro, o próprio Cid, e outras 32 pessoas por tentativa de golpe de Estado em 2022. 

Foi o próprio PGR quem pediu a queda do sigilo dos vídeos e de outros dados sigilosos da investigação realizada pela PF, que inclui outros episódios, como o da chamada Abin paralela e do uso da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para interferir no processo de votação no segundo turno nas eleições de 2022. Cid falou sobre esses casos em interrogatórios.