BRASÍLIA - Um silêncio incomum tomou conta do plenário da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) na manhã desta quarta-feira (26) após a divulgação de imagens das sedes dos Três Poderes - e a Corte, especialmente - sendo invadidas e depredadas durante os atos de 8 de janeiro de 2023.
A exibição do vídeo foi acionada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator das denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sete aliados por articulação de uma trama golpista após as eleições presidenciais de 2022.
Durante o seu voto, o primeiro da audiência e que acabou favorável em tornar réus os oito denunciados, Moraes avisou que substituiria 30 minutos de fala “por cinco minutos” de imagens.
Nelas, cenas gravadas por circuitos internos de segurança ou pelos próprios invasores e divulgadas em redes sociais mostram o quebra-quebra, algumas com gritos de comemoração e palavrões. Assista aqui.
“Vamos entrar e tomar o poder”, brada um dos invasores. "Aqui é a porra do STF, caralho. Quem é que manda nessa porra?”, repetia outro, de dentro do plenário do Palácio do STF depredado.
Outras imagens sem áudio mostraram peças sendo jogadas no chão, cadeiras arrancadas do lugar e vidros tentando ser quebrados.
Ao fim da exibição, até que Alexandre de Moraes retomasse a palavra, não se ouviu nenhum ruído no plenário, o que permaneceu por alguns segundos. “Usando um chavão: uma imagem vale mais do que mil palavras”, disse ele, por fim.