BRASÍLIA - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes determinou que a Advocacia-Geral da União (AGU) inclua, no pedido de extradição da deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP) à Itália, a informação de que ela responde por perseguição armada. O processo inicial enviado às autoridades italianas trata sobre a condenação dela pela invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O julgamento de Zambelli por perseguir um apoiador do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será retomado neste mês de agosto pelo STF. O caso foi em São Paulo na véspera do segundo turno das eleições de 2022, período em que é crime portar arma de fogo.
O análise foi paralisada, mas a Corte já tem maioria para condenar a deputada licenciada a cinco anos e três meses de prisão também por esse caso. Votaram a favor Gilmar Mendes, que é o relator, e os ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Dias Toffoli. Ainda precisam se manifestar André Mendonça, Edson Fachin, Luiz Fux, Luis Roberto Barroso e Nunes Marques.
Zambelli fugiu para a Itália no início de junho, depois de ter sido condenada a dez anos de prisão pelo STF pelo ataque hacker ao sistema do CNJ. Na época, a Corte negou os recursos da deputada licenciada contra a condenação e determinou a prisão dela, junto a um ofício para que o Ministério da Justiça iniciasse um processo de extradição, ou seja, o retorno dela ao Brasil para o cumprimento da pena.
Ela foi presa na Itália na última terça-feira (29/7) e, em audiência de custódia na sexta-feira (1/8), teve a prisão mantida. A deputada declarou, em um vídeo, estar “tranquila e serena” e reforçou que pretende ser julgada pela Justiça italiana, não pela brasileira. Ela também disse ainda que não estava fugindo, mas “resistindo” para demonstrar sua inocência.
Após a prisão, o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou que a Advocacia-Geral da União (AGU) tomasse providências imediatas para acelerar a extradição de Zambelli. O órgão respondeu que vai adotar “todas as providências cabíveis e necessárias” para concluir o retorno dela ao Brasil. Por conta da condenação, a deputada também enfrenta um processo de perda do mandato na Câmara.