BRASÍLIA - O Tribunal de Apelação de Roma, na Itália, marcou para quarta-feira (13/8) a audiência para tratar do processo de extradição da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu a extradição da parlamentar para cumprir a pena de dez anos de prisão, em regime inicial fechado, pela invasão hacker aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Na última sexta-feira (8/8), a confirmação da data da audiência foi encaminhada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF.
Zambelli foi presa no fim de julho em Roma, onde tentava escapar do cumprimento de um mandado de prisão emitido pelo magistrado.
A deputada deixou o Brasil em maio deste ano e seguiu para a Itália por ter dupla cidadania. Ela foi condenada pelo STF a dez anos de prisão pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrido em 2023.
Segundo as investigações, Zambelli foi a autora intelectual da invasão para emissão de um mandado falso de prisão contra Alexandre de Moraes, inseridos no sistema do CNJ pelo hacker Walter Delgatti, que também foi condenado. Em depoimento, ele confirmou ter realizado o trabalho a mando da parlamentar.
Carla Zambelli também responde a um processo por porte ilegal de arma de fogo por ter perseguido um jornalista, com arma em punho, na véspera das eleições de 2022. Nesse caso, já há maioria no Supremo para condená-la. O julgamento foi suspenso por um pedido de vista do ministro Kassio Nunes Marques, mas será retomado na sexta-feira (15).
Após a fuga para a Itália, o ministro Alexandre de Moraes decretou a prisão preventiva de Zambelli e pediu a extradição. A solicitação foi enviada pelo Itamaraty ao governo italiano.
A decisão final sobre a extradição será da Justiça da Itália e do governo italiano, com base na legislação local e nos acordos entre os dois países. Não há prazo para a decisão.