BRASÍLIA – A Polícia Federal (PF) atribuiu ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) dois crimes graves: coação no curso do processo e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
As penas podem alcançar até 12 anos de prisão, reforçando as suspeitas de que eles atuaram em articulações internacionais para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) e influenciar o julgamento da trama golpista.
Mensagens trocadas indicam que a prioridade não era defender anistia ampla aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, mas garantir a impunidade de Bolsonaro no processo.
Conversas reveladas mostram que Eduardo buscou apoio nos Estados Unidos para impor sanções contra ministros do STF, apresentando o caso como perseguição política. No mesmo período, Trump apoiou Bolsonaro e usou medidas tarifárias contra o Brasil.
Segundo a PF, Bolsonaro e Eduardo tentaram constranger Poderes
Segundo a relatório da PF, as ações dos dois extrapolam o âmbito do processo penal e atingem diretamente as instituições brasileiras, com tentativa deliberada de constranger o STF e o Congresso por interesses pessoais. O documento também menciona o pastor Silas Malafaia, apontado como articulador de pressões políticas e narrativas falsas alinhadas a Bolsonaro.
Eduardo Bolsonaro afirmou em nota que sua atuação nos EUA nunca teve como objetivo interferir nos processos brasileiros, classificando o indiciamento como "delirante" e criticando o vazamento de conversas privadas. A defesa de Bolsonaro garante que não houve descumprimento de medidas cautelares e busca esclarecer os pontos levantados pela polícia.
Com o julgamento do "núcleo 1" da trama golpista marcado para setembro, a pressão política e jurídica sobre Bolsonaro e seus apoiadores aumenta. As novas acusações elevam o risco de penas severas caso haja condenação.