BRASÍLIA – O pastor Silas Malafaia transformou seu discurso no ato pró-Bolsonaro neste domingo (3/8), na Avenida Paulista, em São Paulo, em uma cobrança aos governadores e presidenciáveis da direita que faltaram à manifestação.
“Cadê aqueles que dizem ser a opção no lugar de Bolsonaro? Cadê eles? Onde é que eles estão? Era pra tá aqui, minha gente”, questionou.
Malafaia disse que as ausências provam que até no ato, Bolsonaro é "in-subs-ti-tu-í-vel” e acusou os governadores de “medo” do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Vão enganar trouxa! E eu não sou trouxa! Estão com medo do STF, né? Por isso que não chegaram. Arrumaram desculpa, né? Por isso, minha gente, que 2026 é Bolsonaro! Agora você precisa saber”, declarou.
Ausência de governadores já havia sido criticada na véspera do ato
O recado teve endereço certo: Tarcísio de Freitas (SP), Ronaldo Caiado (GO), Romeu Zema (MG) e Ratinho Júnior (PR) - todos cotados para disputar a Presidência em 2026 e que, em manifestações anteriores, chegaram a dividir o palanque com Bolsonaro. Desta vez, nenhum deles compareceu.
A ausência ocorre em meio ao desgaste diplomático com os Estados Unidos, agravado pelo tarifaço contra produtos brasileiros e pelas sanções do governo americano ao ministro Alexandre de Moraes, do STF. Aliados avaliam que se associar a atos de confronto direto neste momento poderia ampliar riscos políticos.
Tarcísio de "atestado"
Mais próximo de Bolsonaro, Tarcísio alegou motivo de saúde: passou por um procedimento na tireoide neste domingo e, apesar de ter alta no mesmo dia, permanecerá em repouso. Caiado citou compromissos prévios e defendeu que “não é o melhor momento” para manifestações, priorizando diálogo com autoridades americanas para evitar prejuízos econômicos. Ratinho alegou viagens pelo interior do Paraná, e Zema manteve silêncio público.
Jair Bolsonaro também ficou fora por determinação de Moraes, que o obriga a usar tornozeleira eletrônica, cumprir recolhimento domiciliar noturno e nos fins de semana, e proíbe sua participação em eventos públicos ou em redes sociais. Ainda assim, ele acompanhou o ato por videochamada ao lado da esposa, Michelle Bolsonaro, que discursou em Belém (PA).