Nunes Marques autoriza investigação de Bivar por suposta ameaça a rival político

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Nunes Marques autorizou nesta quinta-feira (11) a abertura de um inquérito para investigar o deputado federal e ex-presidente do União Brasil Luciano Bivar (PE). O parlamentar é acusado de ameaçar de morte o novo presidente do partido, Antônio Rueda, e de suposto envolvimento nos incêndios em dois imóveis do dirigente.  

A decisão de Marques atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) diante da crise interna envolvendo o controle da legenda. O segundo incêndio aconteceu em 11 de março na casa de praia de Rueda, no litoral de Pernambuco, quase duas semanas após ele ser eleito presidente do União Brasil. 

Rueda fez uma representação criminal contra Bivar na Delegacia Especial de Crimes Cibernéticos da Polícia Civil do Distrito Federal. Como deputado federal, Luciano Bivar tem foro privilegiado, o que fez com que a representação fosse encaminhada ao STF.

Além das supostas ameaças, a defesa de Rueda pediu para que o parlamentar seja investigado por suposto envolvimento no incêndio que destruiu duas casas da sua família. Bivar nega as acusações.

A defesa alega que há uma "pluralidade de indícios" que associam Luciano Bivar ao incêndio, revelando “a escalada da violência política", "ainda que não se possa afirmar solenemente a autoria do deputado no caso". 

A eleição de Antônio Rueda para o comando da legenda ocorreu em meio à decisão de antecipar o fim do mandato de Bivar no cargo, o que deveria ocorrer no fim de maio. O afastamento teria irritado Bivar e aumentado o atrito político com Rueda, que o substituiu.

Dono da terceira maior bancada da Câmara dos Deputados, o União Brasil é um dos maiores partidos no Congresso, atualmente com 59 parlamentares. No Senado conta ainda com sete senadores e três ministros no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Diante disso, detém um Fundo Partidário bilionário, o que atiça a disputa pelo seu comando.

O União Brasil nasceu em 2022 e é resultado de uma fusão do antigo DEM com o PSL, partido que elegeu Jair Bolsonaro (PL) presidente da República em 2018, e se mantém como uma das principais forças da centro-direita no Brasil.