A Polícia Federal (PF) e a Procuradoria Geral da República (PGR) deflagraram nesta quinta-feira (9) uma operação contra os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro e que tem como um dos investigados o governador do Acre, Gladson Cameli (PP). No total, agentes cumprem 89 mandados de busca e apreensão em seis Estados e no Distrito Federal. Embora o chefe do Executivo acreano não seja alvo especificamente desses mandados, houve uma ordem de bloqueio de seus bens e ele terá que entregar seu passaporte. Outros integrantes da cúpula do governo também são alvos. O pai de Gladson, Eladio Cameli, e um irmão do governador, Gledson Cameli, também estão na mira da PF.
A operação Ptolomeu III foi autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que determinou o bloqueio de R$ 120 milhões em patrimônio dos investigados. Além disso, 15 empresas investigadas tiveram suas atividades econômicas suspensas.
Os mandados de prisão são cumpridos nos Estados do Acre, Piauí, Goiás, Paraná, Amazonas e Rondônia, além do Distrito Federal. Apesar de não haver prisões, o STJ determinou, além das buscas e do bloqueio de bens, a suspensão do exercício da função pública, a proibição de acesso a órgãos públicos, o impedimento de contato entre os investigados e a proibição de se ausentar do país, com a entrega de passaportes no prazo de 24 horas.
"A investigação tramita no Superior Tribunal de Justiça e constitui desdobramento das fases I e II, deflagradas no ano de 2021, quando foi identificada organização criminosa, controlada por agentes políticos e empresários ligados ao Poder Executivo estadual acreano, que atuavam no desvio de recursos públicos, bem como na realização de atos de ocultação da origem e destino dos valores subtraídos, através da lavagem de capitais", explicou a Polícia Federal.
De acordo com a corporação, que contou com o apoio de servidores da Controladoria Geral da União (CGU) e da Receita Federal, o objetivo é ressarcir os cofres públicos por parte dos valores desviados. "Nesse sentido, o STJ determinou a indisponibilidade de aproximadamente R$ 120 milhões, por meio do bloqueio de contas e sequestro de aeronaves, casas e apartamentos de luxo adquiridos como proveito dos crimes."
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