Inquérito

Polícia Civil do DF indicia Jair Renan por suposta fraude em empréstimo bancário

O filho do ex-presidente era investigado por supostamente usar um documento com informações falsas de sua empresa para obter um empréstimo bancário que não foi pago

Por O TEMPO Brasília
Publicado em 15 de fevereiro de 2024 | 22:02
 
 
 
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A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) decidiu indiciar Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente, por crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documento falso. Ele é investigado por supostamente usar um documento com informações falsas de sua empresa para obter um empréstimo bancário que não foi pago. 

As suspeitas recaem sobre uma declaração de um faturamento de R$ 4,6 milhões da Bolsonaro JR Eventos e Mídia, entre julho de 2021 e julho de 2022Além dele, a Polícia Civil indiciou o instrutor de tiros Maciel Alves de Carvalho, que é amigo do filho 04 do ex-presidente e sócio da empresa de eventos. 

A PCDF encaminhou ocaso para o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) no último dia 8. Agora, caberá ao órgão decidir se irá oferecer denúncia à Justiça. A defesa do filho do ex-presidente não se manifestou em relação ao inquérito que está sob sigilo. A reportagem não conseguiu contato com os advogados de Maciel. 

O documento da empresa, que tem uma suposta assinatura de Jair Renan, foi apreendido na casa do ex-assessor do filho do ex-presidente durante uma operação deflagrada em novembro do ano passado pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária

Jair Renan e outras três pessoas são acusadas de formar uma associação criminosa para obter vantagens financeiras a partir da inserção de informações falsas em documentos que eram usados para fins diversos, como abrir contas, conseguir empréstimos e sonegar impostos.

A declaração de faturamento da Bolsonaro JR Eventos e Mídia, segundo a investigação, foi apresentada como forma de conseguir a liberação de um empréstimo bancário, que não foi quitado até hoje. No total, foram três empréstimos obtidos pela empresa: o primeiro de R$ 157 mil, o segundo de R$ 250 mil e o terceiro de R$ 291 mil.

A Bolsonaro JR Eventos e Mídia, aberta em 2020, tinha como principal ramo de atuação fornecer “serviços de organização de feiras, congressos, exposições e festas”. Ela chegou a ocupar um camarote no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, o mais caro da Copa de 2014. Atualmente, a firma consta como encerrada no cadastro da Receita Federal. 

Banco cobrou dinheiro de Jair Renan na Justiça

Em dezembro de 2023, o banco Santander cobrou na Justiça R$ 360,2 mil de Jair Renan e da sua empresa, a Bolsonaro Jr Eventos e Mídia. Na última sexta-feira (9), o Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) intimou o filho do ex-presidente a realizar o pagamento do débito. Na decisão, o juiz João Batista Gonçalves da Silva determina que ele quite a quantia em até três dias úteis. Caso contrário, poderá ter suas contas bancárias bloqueadas.

A instituição financeira acusa o filho do ex-presidente de não cumprir um acordo firmado em junho deste ano, quando reconheceu a dívida de um empréstimo contratado anos atrás O acordo firmado previa o parcelamento de uma dívida de R$ 291 mil, com promessa de pagamento em 60 meses, até 2028. Como nenhuma parcela teria sido depositada, o valor subiu para R$ 360 mil.

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