A ministra Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta quarta-feira (12) que as obras no prédio principal da Corte, único que foi atingido pelos ataques criminosos de 8 de janeiro, serão completamente finalizadas no próximo dia 18 de abril. Na mesma data, os ministros começarão a julgar as primeiras 100 pessoas investigadas por envolvimento com os atos. 

O episódio completou três meses no último sábado (8) e, como vem acontecendo a cada mês, a presidente do STF abriu a sessão do plenário físico da Corte criticando duramente os ataques: 

“[O prédio] Foi vandalizado e teve vidros, espelhos, portas, elevadores, móveis, obras de artes, retratos, galerias, equipamentos arrancados, quebrados e destruídos. Essa data, o dia da infâmia, 8 de janeiro, sem similar durante a história desta Suprema Corte, seja durante o Império, seja nos seus 132 anos na República, esta data, repito, 8 de janeiro, há de ser relembrada sempre para que nunca mais se repita”, declarou a magistrada. 

Rosa Weber citou instituições universitárias que estão ajudando na restauração de objetos, agradeceu o quadro funcional do STF pela celeridade na reforma das instalações, e outros tribunais que emprestaram equipamentos durante esse período. Segundo ela, os ataques tiveram “efeito inverso” pois fortaleceram uma união em torno da ideia democrática: 

“Não canso de enfatizar que o vilipêndio às instalações físicas deste Tribunal, longe do pretendido aviltamento da instituição, produziu efeito inverso pois fortaleceu a comunhão nacional em torno do princípio nuclear que consagra entre nós a ideia democrática”. 

Julgamento dos acusados 

Em sua fala, a ministra confirmou que as obras de reconstrução e reforma do Tribunal ficarão completamente prontas no próximo dia 18 de abril. Ela lembrou que na mesma data os ministros vão começar a julgar os primeiros 100 denunciados. 

Presente na sessão, o Procurador-Geral da República, Augusto Aras, endossou as críticas de Rosa Weber contra os atos, que classificou como “grande ataque à democracia”, e defendeu o julgamento e responsabilização de todos os acusados. A PGR é órgão responsável por apresentar essas denúncias.  

Até o momento, 1.390 pessoas já foram denunciadas e o ministro Alexandre de Moraes, relator dos casos, já liberou todos os processos para julgamentos, de acordo com a presidente do STF. Embora a conduta de cada acusado será julgada de maneira individual, os julgamentos devem ocorrer em blocos devido a quantidade de denunciados. 

Conclusão da reforma 

O edifício-sede do STF foi o único prédio do Judiciário invadido no dia 8 de janeiro, porém foi o mais destruído. Ele fica localizado na Praça dos Três Poderes, do lado contrário ao Palácio do Planalto, e é o cartão-postal da Corte, sendo o mais conhecido. Nele há três andares. O primeiro a ser reformado foi o térreo, onde fica localizado o plenário. A segunda parte a ser reconstruída foi o terceiro andar, onde fica o gabinete da presidência. A terceira e última parte, que ficará pronta em 18 de abril, é o segundo andar, onde está a assessoria de comunicação e o comitê de imprensa.  

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