O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começou nesta segunda-feira (22) o teste público de segurança do sistema eletrônico de votação. Durante uma semana investigadores estarão em um espaço dedicado aos testes no tribunal.  Ao todo, serão executados 29 planos de ataque aos equipamentos e sistemas que serão usados nas eleições de 2022.

Os testes fazem parte de uma prática adotada desde 2009. Entidades, técnicos e especialistas atuam individualmente, ou em grupos, para tentar “quebrar” as barreiras de segurança do processo votação e descobrir vulnerabilidades. Eles podem identificar falhas que devem ser apresentadas ao tribunal e corrigidas a tempo da eleição, que acontece em outubro.

Essa é a segunda etapa do processo eleitoral, segundo o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso. O primeiro momento é a abertura do código-fonte para inspeção, que ocorreu em outubro deste ano, um ano antes do primeiro turno.

Agora, o tribunal libera acesso aos códigos-fonte para que os inscritos executem o plano ataque. “Procurarmos aprimorar os sistemas mediante ataques de pessoas físicas, instituições, ‘hackers do bem’, que queiram tentar vulnerar as diferentes camadas de proteção do sistema”, afirmou. Para este ano, o teste conta com a participação recorde de 26 investigadoras e investigadores.

A lista de planos de ataque é diversificada, tendo, por exemplo, tentativa de rastreamento da ordem de votação, violação do sigilo do voto e identificação de quais teclas foram pressionadas na urna – todos são proibidos.   

O perito da Polícia Federal Ivo de Carvalho Peixinho, do setor de informática, ficará com uma equipe de 3 pessoas no total durante a semana. Eles vão tentar alterar informações da tabela de correspondência e extrair dados. Quanto a análise do código-fonte pela PF, Peixinho explicou que ela deve acontecer no ano que vem.

Especialista na área eleitoral, a advogada Lorenna Rodrigues Tredezzini teve seu plano aprovado para tentar acessar o registro digital do voto. “Meu objetivo é rastrear o sigilo do voto, que é uma garantia constitucional que os brasileiros têm assegurada. Então, vou fazer uma votação simulada para ver se consigo rastrear a ordem de votação de modo que possa identificar em quem um eleitor votou provavelmente”, contou ao jornal O TEMPO. Ela vai atuar individualmente durante essa semana.

Os investigadores que encontrarem problemas vão informar ao TSE e deverão retornar à Corte em até 6 meses para executar novamente o plano. A ideia do tribunal é sanar as vulnerabilidades apontadas.

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