Embate

Kalil critica tarifa da Copasa e alfineta Zema: 'está em plena campanha'

Em entrevista a uma rádio de Ubá, na Zona da Mata, prefeito de Belo Horizonte reprovou revisão tarifária feita pela Arsae, cujo presidente rebateu nas redes sociais

Por Pedro Augusto Figueiredo
Publicado em 25 de novembro de 2021 | 18:46
 
 
 
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O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), criticou nesta quinta-feira (25) a revisão realizada pela Arsae da tarifa da Copasa e alfinetou o governador Romeu Zema (Novo), que deve ser seu adversário nas eleições de 2022 para o governo de Minas.

“Hoje a gente tem aí um candidato, que é o governador, que está em plena campanha. Está viajando, não fica nem em Belo Horizonte mais, é difícil uma agenda. Se bem que ele nunca me recebeu, mas eu sei porque os deputados se queixam que ele tem viajado muito. Está em plena campanha, apesar de eu achar que é fora de hora. Nós temos que administrar problemas e em Minas Gerais não faltam problemas e em Belo Horizonte também não”, disse Kalil durante uma entrevista na quarta-feira (24) à rádio Educadora, de Ubá, na Zona da Mata.

Na entrevista, realizada por telefone, o prefeito de Belo Horizonte focou na tarifa cobrada pela Copasa. Em agosto, a Arsae, agência estadual que fiscaliza a empresa estatal, determinou a unificação das taxas de coleta e de tratamento de esgoto. Para quem tem os dois serviços, a tarifa de esgotamento sanitário caiu de 100% para 74% da tarifa de abastecimento de água. Porém, para quem tem apenas a coleta, a tarifa subiu de 25% para 74%.

A Prefeitura de Ubá entrou com uma ação civil pública e conseguiu uma decisão liminar da Justiça suspendendo a nova cobrança, mas a liminar foi derrubada em seguida pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). O município argumentou que no contrato com a Copasa está previsto a cobrança pelo tratamento de esgoto somente após a implementação do serviço.

“O que fizeram aí em Ubá com a Copasa, que eu tô sabendo porque estudo as regiões de Minas Gerais, foi um crime. A Copasa, que recebe para investir nos municípios, agora cobra taxas porque na presidência da Arsae tem um rapaz lá de 30 anos do Novo. E o Novo cobra 75% da conta de água. Não tem saneamento, já não tem esgoto e para ter o esgoto tem que pagar adiantado. Uma obra que só Deus sabe se vai chegar à população”, disse Kalil.

O presidente da agência reguladora, Antonio Claret Jr, a quem Kalil se referiu, foi às redes sociais e rebateu o prefeito.

“Fui surpreendido com uma entrevista do prefeito Alexandre Kalil dizendo que a Arsae aumentou a taxa de esgoto para 75% e que isso estaria adiantando valores para a Copasa onde nem tem tratamento. Isso é mentira, muito mentira. O serviço de coleta, que é o que já tem nessas cidades que têm esgotamento sanitário, tem um custo próximo a 74%”, argumentou.

“O que foi feito foi o fim de um privilégio tarifário, o fim de um subsídio, e com isso conseguimos reduzir a conta de mais de 80% da população [de Minas Gerais] e quase 100% de Belo Horizonte. Me preocupa muito o prefeito, me parece, insatisfeito com a primeira redução da história da tarifa da Copasa. Vale dar uma estudada”, concluiu Claret.

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